sexta-feira, 11 de abril de 2025

Buracos negros: o que são, como surgem e o que há dentro deles

Os buracos negros sempre despertaram uma mistura de fascínio e temor. Seu conceito é quase poético: objetos tão densos e gravitacionalmente poderosos que nada – nem mesmo a luz – pode escapar de sua atração. Mas o que são, de fato, os buracos negros? Como surgem, e o que realmente há dentro deles? Aqui, exploramos esses mistérios do universo e as curiosidades que cercam um dos fenômenos mais intrigantes da astrofísica.

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O básico sobre os buracos negros

Por definição, um buraco negro é uma região do espaço onde a gravidade é tão intensa que supera qualquer força contrária, aprisionando até a luz. No coração de um buraco negro encontramos a singularidade, uma massa extremamente compactada que concentra matéria em um volume infinitamente pequeno. Esse é o responsável pelo campo gravitacional poderoso que determina o “horizonte de eventos”, o ponto de não retorno. Tudo que ultrapassa este ponto está fadado a ser consumido pelo buraco negro.

Interessante é que, ao contrário do que o nome sugere, buracos negros não são “vazios”. Eles contêm a maior quantidade de matéria compactada que o universo pode oferecer, além de emitirem temperaturas elevadíssimas ao redor do horizonte de eventos. Fascinante e assustador ao mesmo tempo.

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Como os buracos negros são formados

Em geral, buracos negros se formam a partir do colapso gravitacional de estrelas massivas. Quando uma estrela esgota o combustível de suas reações de fusão, ela não consegue mais se sustentar contra sua própria gravidade e colapsa. Se a massa do núcleo em colapso for muito grande, o processo prossegue até formar um buraco negro.

Essas formações costumam crescer ao “devorar” matéria próxima, como estrelas, nuvens de gás e até outros buracos negros. Esse apetite gravitacional os torna supermassivos, como os buracos negros encontrados no centro das galáxias, que podem acumular massas milhões de vezes maiores que a do Sol.

Tipos de buracos negros

Os buracos negros vêm em diversos tamanhos e categorias:
Primordiais: Formados nos primeiros momentos do universo, acredita-se que possuem massas pequenas, variando de algumas gramas até massas semelhantes à da Terra.
Estelares: Originados do colapso de grandes estrelas, têm de algumas dezenas a centenas de vezes a massa do Sol.
De Massa Intermediária: Resultantes da fusão de buracos negros menores ou do colapso de estrelas extremamente grandes. Podem atingir milhares de vezes a massa solar.
Supermassivos: Localizam-se nos centros das galáxias, como Sagitário A*, na Via Láctea, acumulando massas que vão de milhões a bilhões de sóis.

Encurralando a ciência: buracos negros existem mesmo?

O conceito de buracos negros começou como uma teoria. Em 1784, o astrônomo inglês John Michell propôs a ideia de um corpo cuja gravidade seria tão extrema que nem a luz poderia escapar, chamando-o de “estrela negra”. Décadas depois, cientistas e teorias de renome, como a Relatividade Geral de Einstein, tornaram a existência de buracos negros algo plausível, embora improvável de ser observado.

Foi apenas nos anos 1960 que avanços tecnológicos e estudos, como a descoberta de quasares e pulsares, ajudaram a consolidar a ideia. Em 1967, John Wheeler cunhou o termo “buraco negro”. Em 2019, a consagração veio com a primeira imagem de um buraco negro, obtida pelo projeto Event Horizon Telescope. A observação de Sagitário A*, buraco negro no coração da Via Láctea, foi um marco histórico.

O que acontece dentro de um buracos negros

Uma questão que intriga tanto cientistas quanto curiosos: o que acontece quando algo cruza o horizonte de eventos? A ciência sugere que qualquer matéria é despedaçada pela força gravitacional extrema, em um processo apelidado de “espaguetificação”. Tudo é esticado, compactado e eventualmente dissolvido em partículas subatômicas, levando à perda completa de sua forma.

Mas teorias como as de Stephen Hawking propõem algo inesperado. Segundo ele, as informações sobre tudo o que cai em um buraco negro podem sobreviver, talvez como um holograma na margem do horizonte de eventos ou serem transferidas para outra região do cosmos, indicando possíveis “universos paralelos”. A ideia é intrigante – e abre espaço para mais pesquisas e imaginação.

O fascínio que nunca termina

Os buracos negros continuam a desafiar nosso entendimento e a expandir os limites da ciência. Do “unicórnio”, o menor buraco negro já registrado, com apenas três vezes a massa solar, à grandiosidade de Sagitário A*, existe um vasto campo de estudos ainda a ser explorado. Cada descoberta nos aproxima mais de decifrar como o universo funciona – ou, ironicamente, de perceber o quanto ainda desconhecemos.

Por ora, o melhor que podemos fazer é continuar observando, estudando e imaginando o que esses gigantes gravitacionais do cosmos ainda têm a revelar. Afinal, como diria Carl Sagan, “alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias”. Para nossa curiosidade, essas evidências parecem estar cada vez mais ao nosso alcance.

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