18 de julho de 2025
sexta-feira, 18 de julho de 2025

Ipea divulga documento sobre ações do Brics

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou um documento abrangente que compila todas as iniciativas adotadas pelos países-membros do Brics desde a sua formação em 2009. Este relatório contém mais de 180 mecanismos de cooperação, projetados para fortalecer a governança do grupo e fornecer um guia para novos integrantes.

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O material foi apresentado durante o segundo dia do 17º Fórum Acadêmico do Brics, realizado na sede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) em Brasília.

Importância do Documento

O portfólio documenta as atividades e resultados alcançados pelo Brics, servindo como uma referência crucial para a adesão de novos participantes. Também inclui um histórico dos mecanismos que mostraram resultados positivos e o grau de engajamento dos países membros, conforme explicou Walter Desiderá, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

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Luciana Santos Servo, presidenta do Ipea, ressaltou que a entrega do documento é simbólica, uma vez que a documentação continuará a ser desenvolvida, funcionando como uma base de dados dos mecanismos propostos e implementados.

Ciclo de Debates

O Fórum Acadêmico promoveu uma série de discussões sob a liderança do Brasil no Brics, reunindo representantes de think tanks de nove países. As conversas abrangeram seis eixos prioritários: saúde global, inteligência artificial, mudanças climáticas, comércio e finanças, reforma da governança internacional e desenvolvimento institucional.

Um dos tópicos em destaque foram as mudanças climáticas, com ênfase nos efeitos desproporcionais enfrentados pelos países em desenvolvimento, especialmente na África Subsaariana. Justiça climática e desigualdades regionais foram discutidas, assim como recomendações conjuntas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), programada para novembro em Belém.

Desafios e Soluções

Mulugeta Getu, pesquisador-líder da Etiópia, mencionou que os investimentos em projetos sustentáveis, financiados pelo New Development Bank (NDB), e o desenvolvimento de plataformas para compartilhamento de informações e tecnologias entre países podem ser soluções viáveis.

A arquitetura de segurança foi outro assunto de relevância, especialmente após os conflitos recentes no Oriente Médio. A necessidade de reformar o sistema multilateral, incluindo um fortalecimento do Conselho de Segurança da ONU, foi defendida, visando uma maior inclusão do Sul Global.

Rodrigo Morais, técnico do Ipea, destacou a importância da manutenção da paz e da criação de mecanismos de confiança entre os membros do Brics. Nirmala Gopal, professora na Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, declarou que é crucial que as discussões se transformem em ações concretas que fortaleçam as instituições multilaterais.

Os debates também celebraram a recente expansão do Brics, que terá seis novos membros em 2024: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Contudo, foram ressaltados os desafios na ampliação dos mecanismos de cooperação.

Entre as propostas apresentadas, destacaram-se a criação de modelos institucionais mais claros e estruturas de monitoramento, além da necessidade de um escritório permanente do grupo.

Haimanot Guangul, pesquisador sênior da Etiópia, enfatizou que, sem uma cooperação estratégica bem definida, o desenvolvimento institucional torna-se um desafio. É essencial que os membros organizem suas prioridades para fortalecer a unidade do bloco e endereçar questões críticas.

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