sábado, 26 de abril de 2025

Entre luzes e sombras: a psicose no horizonte de “O Farol”

Se você é fã de filmes intensos e viscerais, que brincam com os limites da sanidade, “O Farol”, dirigido por Robert Eggers, vai te puxar para um turbilhão de mistérios e emoções confusas. Esse suspense psicológico é uma verdadeira montanha-russa que mistura tensão, claustrofobia, e um mergulho profundo na psique humana. Pronto para acender essa luz?

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A trama é simples à primeira vista: dois faroleiros, interpretados por Willem Dafoe e Robert Pattinson, assumem o controle de um farol isolado em uma ilha remota e inóspita. Mas não se engane pela descrição linear, porque a narrativa se transforma em uma espiral surreal de paranoia e obsessão, enquanto os personagens lidam com o isolamento, seus próprios demônios internos e a relação desconfortável entre eles. O farol, aqui, é muito mais que um mero cenário; ele se transforma em um símbolo repleto de ambiguidades, que alimenta o caos.

Eggers surpreende com a estética do filme, filmada em preto e branco em um formato de proporção 1.19:1, que remonta ao cinema do início do século XX. Isso dá ao longa uma atmosfera crua e desconfortável, quase como se estivéssemos assistindo a um pesadelo antigo. A trilha sonora perturbadora e os detalhes de som (como o constante barulho do mar e o som do farol girando) criam uma ambientação extremamente imersiva. A experiência é praticamente sensorial, e você se sente tão preso na ilha quanto os protagonistas.

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Prepare-se: “O Farol” não entrega as respostas de bandeja. O filme é recheado de simbolismos que vão desde mitologia grega até questões sobre masculinidade, poder e loucura. Dá para interpretar de diversas formas — seria o farol um símbolo de iluminação e busca por propósito? Ou apenas uma metáfora para o vazio em que os personagens se afogam? Não existe “certo ou errado” aqui, o que torna o filme ainda mais intrigante.

Robert Pattinson e Willem Dafoe entregam performances magnéticas e assustadoramente reais. O conflito entre seus personagens é palpável, e o trabalho de ambos em mostrar suas descidas à loucura é simplesmente fascinante. Dafoe brilha com sua autoridade quase mitológica, enquanto Pattinson gradativamente desconstrói sua própria percepção da realidade.

“O Farol” é mais que um filme; é uma experiência. Ele te força a questionar o que é real e o que é imaginado, te envolve em uma atmosfera cheia de tensão e te deixa com um gostinho de “preciso rever para entender tudo”. É uma obra ideal para quem curte suspenses psicológicos, cinema experimental ou histórias que não têm medo de brincar com suposições.

O filme não é para quem busca entretenimento leve! Ele exige atenção e disposição para interpretar camadas profundas, muitas vezes sem clareza. Além disso, sua atmosfera desconfortável e surreal pode ser um desafio para espectadores menos acostumados com filmes artísticos.

Se você está pronto para enfrentar as ondas e explorar os mistérios por trás da luz, “O Farol” é uma escolha imperdível. Uma história sobre isolamento, obsessão e sanidade, que vai te deixar impactado até muito tempo após os créditos finais.

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