14 de maio de 2025
quarta-feira, 14 de maio de 2025

Novo oceano na África pode surgir mais rapidamente do que se pensava

Uma fenda tectônica está rompendo o continente africano, e a formação de um novo oceano na África pode acontecer mais rapidamente do que se imaginava. Esse fenômeno geológico, antes avaliado como um processo lento, está se intensificando, surpreendendo os cientistas.

Continua após a publicidade

A responsável por essa descoberta é a geofísica Cynthia Ebinger, da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, que investiga as rupturas no continente africano desde 2005.

A formação de um novo oceano na África

Continua após a publicidade

Esta fenda, conhecida como Sistema de Rift da África Oriental, se estende de Moçambique, no sul, até o Mar Vermelho, no norte. É composta por uma vasta rede de falhas que marcam a fronteira entre as placas tectônicas africanas. Essas falhas se afastam a uma taxa de 0,8 centímetros por ano, efetivamente separando a borda oriental do continente do restante da África. Apesar deste ritmo parecer lento, eventos geológicos como terremotos e atividades vulcânicas podem acelerar o processo.

Um exemplo notável ocorreu em 2005, na região de Afar, na Etiópia, onde a terra se rompeu, resultando em mais de 420 terremotos em poucas semanas e abrindo uma fissura de 60 quilômetros de extensão e até 10 metros de profundidade. Esse evento destacou a rapidez com que mudanças geológicas significativas podem ocorrer, levando cientistas a revisarem suas previsões sobre o tempo necessário para tais transformações.

Mudanças na geografia da África Oriental

O Rift da África Oriental é um lugar única no mundo, pois é o único local onde os cientistas podem observar a divisão de um continente e a formação de um novo oceano em tempo real. A longo prazo, essa fenda permitirá que a região conhecido como Chipre da África, que inclui Somália, Djibuti e Quênia, se afaste do continente, transformando-se em uma ilha rodeada por uma nova bacia oceânica. Esse processo pode alterar profundamente a geografia local, com um novo litoral se estendendo da região de Afar até a fronteira com a Tanzânia.

Embora a forma final dessa nova paisagem seja incerta, as linhas de fratura já podem ser vistas, criando vales profundos e terrenos acidentados ao longo de milhares de quilômetros. O Grande Vale do Rift, uma das formações geológicas mais impressionantes, se estende por mais de 6 mil quilômetros e é moldado pela interação de três placas tectônicas: africana, somali e árabe. Essa divergência lenta provoca uma enorme tensão na crosta terrestre, que se libera em forma de atividade sísmica e rupturas da terra.

Consequências além da geologia

A criação do novo oceano na África terá impactos significativos, tanto econômicos quanto ecológicos. Economicamente, pode transformar as rotas comerciais da região, permitindo que países como Zâmbia e Uganda tenham acesso ao oceano, abrindo novas possibilidades de comércio e desenvolvimento. A formação de novos litorais pode levar à construção de portos e centros de infraestrutura.

Do ponto de vista ecológico, o surgimento de um ambiente marinho onde antes havia terra firme pode impactar a biodiversidade local. Além disso, a localização estratégica do Chipre da África, próximo ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez, torna a região uma passagem vital para a navegação global, aumentando a relevância de qualquer perturbação tectônica nesta área.

Em suma, a formação do novo oceano na África é um fenômeno fascinante cuja evolução promete trazer mudanças profundas na geografia, economia e ecologia da região.


Continua após a publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Vitória, ES
Amanhecer
06:02 am
Anoitecer
05:12 pm
22ºC
Chuva
0mm
Velocidade do Vento
4.82 km/h
15/05
Qui
Mínima
21ºC
Máxima
25ºC
16/05
Sex
Mínima
22ºC
Máxima
25ºC
17/05
Sáb
Mínima
20ºC
Máxima
24ºC
18/05
Dom
Mínima
19ºC
Máxima
22ºC
Colunistas
Leticia Aguiar

A exploração dignifica o homem 

Leia também