sexta-feira, 18 de abril de 2025

Mudanças no Mercosul indicam disposição do Brasil para negociar tarifas com os EUA

A recente evolução nas relações comerciais entre Brasil, EUA e Mercosul evidencia a disposição do Brasil em negociar tarifas com os Estados Unidos. A guerra comercial tem levado o país a ajustar sua posição, especialmente em relação às exigências argentinas, o que revela tanto a desfuncionalidade do bloco regional quanto a abertura do governo Lula para parcerias comerciais mais amplas.

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Ampliação das Exceções no Mercosul

Durante uma reunião de chanceleres em Buenos Aires, os membros do Mercosul decidiram aumentar de 100 para 150 o número de códigos de produtos que cada país pode excluir da Tarifa Externa Comum (TEC). Com mais de 10 mil produtos na lista, essa ampliação significativa – de 50% – se torna crucial para a negociação de setores estratégicos.

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A imposição da alíquota adicional de 10% pelos EUA sobre Brasil e Argentina equiparou as tarifas médias entre os países. Enquanto o Mercosul apresenta uma média de 11,8%, a média americana era de 2,5% antes dessa mudança. A flexibilização na lista de exceções permitirá que Brasil e Argentina busquem acordos mais profundos com os Estados Unidos e outros países.

Negociações em Curso

Apesar das divergências ideológicas com o governo Trump, o Brasil tem se destacado nas negociações comerciais. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, já estabeleceu um diálogo contínuo com representantes do comércio americano. Alckmin se destaca como um negociador pragmático e eficiente, e suas interações são descritas como construtivas e focadas em resultados.

Enquanto o governo americano discute a suspensão de tarifas recíprocas, considera que o Brasil está alinhado com os interlocutores corretos, o que reduz a necessidade de uma negociação direta entre Trump e Lula.

Interesse Comercial de Empresas Americanas

Mesmo com a eleições na Argentina, onde Javier Milei não é visto como um forte aliado dos EUA, o Brasil continua a ser reconhecido como a principal potência da América Latina. Recentemente, cerca de 90 empresas, em sua maioria americanas, participaram da feira Trade Winds em São Paulo, sinalizando um forte interesse em investir em diversos setores no Brasil, como agricultura, maquinário e entretenimento.

Além disso, uma delegação significativa de empresas brasileiras está programada para participar da feira Select USA em Washington, reforçando a expectativa de que um entendimento sobre tarifas possa ser alcançado em breve, alinhando-se ao cronograma para a suspensão das tarifas recíprocas.

Esses desenvolvimentos reforçam a intenção do Brasil em ser um player ativo nas negociações comerciais com os Estados Unidos e a sua projeção de se tornarem parceiros comerciais ainda mais próximos.


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