O Vaticano anunciou a morte do papa Francisco, aos 88 anos, em decorrência de uma pneumonia bilateral. O líder da igreja católica, primeiro latino-americano a ocupar essa posição, enfrentou um agravamento significativo de sua saúde nas semanas que antecederam seu falecimento.
A pneumonia bilateral, que afeta ambos os pulmões, foi diagnosticada em Francisco no final de 2024, e desde então, ele passou por diversas internações hospitalares. Os sintomas dessa condição incluem dificuldade para respirar, dores no peito e tosse persistente.
A saúde do papa
Francisco foi internado pela última vez no início de fevereiro, mas já vinha lidando com problemas respiratórios frequentes desde o final de 2022. Essas complicações pulmonares não eram novas; aos 21 anos, ele precisou retirar parte do pulmão devido a uma pleurisia. A situação se complicou em 2024, com internações contínuas. Em 14 de fevereiro, ele foi admitido no Hospital Gemelli, apresentando uma infecção polimicrobiana nos pulmões.
A infecção e a pneumonia
A infecção polimicrobiana ocorre quando múltiplos microrganismos, como bactérias e vírus, provocam inflamação nas vias respiratórias. Poucos dias após a admissão, foi constatada pneumonia bilateral, com acúmulo excessivo de muco nos pulmões, complicando ainda mais a respiração do papa.
Estado crítico
No dia 22 de fevereiro, o estado de saúde do papa foi declarado crítico pelo Vaticano. Ele enfrentava crises de asma, que exigiram um aumento na ventilação mecânica, além de apresentar uma plaquetopenia, uma condição marcada pela redução no número de plaquetas, o que agravou sua anemia. Para estabilizar seu quadro, foram necessárias transfusões de sangue. No dia 23, uma leve insuficiência renal se desenvolveu, piorando ainda mais sua condição.
Após alguns dias estáveis, em 28 de fevereiro, o papa sofreu um broncoespasmo, que é uma contração involuntária da musculatura respiratória, resultando em um grave episódio de falta de ar. Ele inalou parte do próprio vômito, precisando de uma broncoaspiração para a limpeza dos pulmões, o que intensificou sua crise respiratória e exigiu ventilação mecânica integral.
Melhora sutil
Antes de seu falecimento, Francisco apresentou uma leve melhora e recebeu alta, embora continuasse sob tratamento. Sua última aparição pública ocorreu no domingo de Páscoa (20 de abril), quando ele acenou para os fiéis na praça de São Pedro durante as celebrações do feriado, sem suporte respiratório. Ele se encontrou brevemente com o vice-presidente dos Estados Unidos em um de seus últimos compromissos como líder da igreja.
A morte do papa Francisco representa uma perda significativa para a comunidade católica e para muitos ao redor do mundo, que acompanharam sua trajetória e suas mensagens de paz e compaixão.