sábado, 21 de dezembro de 2024

Indígenas refugiados no Brasil recebem apoio da ONU e parceiros

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, participa do acolhimento de indígenas refugiados da Venezuela no Brasil, desde o início das primeiras chegadas.

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Até novembro de 2022, a entidade contabilizou 8 mil venezuelanos em busca de proteção em diversos estados brasileiros, principalmente em Roraima, Amazonas e Pará.

Além das respostas nas áreas de fronteira, a entidade acompanha a mobilidade desses grupos no país, buscando apoiar seus direitos e preservação cultural, bem como consolidar sua integração socioeconômica.

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Mulheres da comunidade de refugiados indígenas Warao da Venezuela participam de uma sessão educacional sobre a Covid-19 no Brasil.

Etnias indígenas

Em sua maioria, os grupos indígenas refugiados são compostos por cinco etnias, sendo as mais representativas em termos populacionais a Warao, 70% do total e a Pemon, que soma 24%, seguidas pelas etnias E’ñepá, Kariña e Wayúu.

O Acnur apoia os migrantes com abrigos adaptados às necessidades culturais, como cozinhas comunitárias, redários para descanso e pernoite, espaços para promoção cultural e fornecimento de kits de higiene e de limpeza.

O modelo de convivência dos abrigos indígenas de Boa Vista, Pacaraima e Manaus foi estabelecido com base na participação dessa população, respeitado a auto-organização das etnias.

As equipes de gestão mantêm comunicação constante com a comunidade, incluindo reuniões como assembleias gerais com toda a comunidade.

Acompanhamento de grupos indígenas fora dos abrigos

Quem quer sair dos abrigos também pode contar com suporte socioassistencial e financeiro, e a efetiva participação nas decisões que precisam tomar.

A agência da ONU também atua com grupos acolhidos em comunidades indígenas Taurepang no Brasil, próximas à fronteira com a Venezuela.

Cerca de 1,2 mil pessoas contam com assistência que vão desde autonomia, dignidade e proteção ao acesso à documentação e à assistência social.

As iniciativas focam ainda em geração de renda, alimentos e engajamento das comunidades para fortalecer direitos comunitários e sociabilidade por meio do esporte.

Diálogos e escuta ativa

Em Manaus, o Acnur e parceiros têm o mapeamento de 700 indígenas refugiados.  Os abrigos contam com intérpretes e antropólogos para acompanhar as necessidades específicas.

O grupo tem ainda material em sua própria língua como a Cartilha de Comunicação sobre Saúde com Indígenas, guias de serviços de saúde e conteúdo em áudio.

Os indígenas refugiados também têm um programa de valorização do artesanato tradicional como fonte de renda para a população indígena.

Segundo o representante do Acnur no Brasil, Davide Torzilli, as ações visam valorizar os conhecimentos tradicionais, garantir o acesso aos direitos e consolidar alternativas para sua autonomia, sempre com respeito às suas identidades e autodeterminação.

Assim, a agência busca garantir a preservação de suas identidades, assegurando sua autonomia e os saberes tradicionais como forma de promover o processo de integração local dessa população.

Leia também: OMS pede proteção à saúde de refugiados e migrantes no mundo

Via: news.un.org

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