24 de julho de 2025
quinta-feira, 24 de julho de 2025

Como aprender a dizer não no trabalho

No ambiente de trabalho, ser prestativo é uma qualidade apreciada. Porém, quando há uma disponibilidade excessiva, isso pode levar a uma sobrecarga emocional. Muitos profissionais enfrentam dificuldades em dizer não no trabalho, especialmente quando têm problemas para estabelecer limites para atender as expectativas alheias. Essas são as chamadas “pessoas simpáticas”, sempre prontas a ajudar, mas por trás disso, encaram um cansaço extremo.

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Conforme aponta o psicólogo especializado em comportamento no trabalho, Wanderley Cintra Jr., tal perfil apresenta uma busca excessiva por validação social. “A vontade de agradar as pessoas pode, paradoxalmente, provocar disfunções nas práticas e demandas exigidas pela empresa ou cargo”. Essa dedicação exacerbada pode afetar normas internas e respeito profissional, levando até à negligência das próprias necessidades em prol do bem-estar dos outros.

O preço de tentar agradar a todos

Leonardo Loureiro, especialista em educação empresarial e gestão emocional, observa que a disposição para ser sempre acessível é impulsionada, às vezes, pelo desejo de evitar conflitos. “Essas pessoas frequentemente anulam suas próprias vontades para manter uma imagem de prestatividade e simpatia a todo custo”, enfatiza. Esse comportamento pode estar associado à positividade tóxica, onde uma atitude positiva é mantida mesmo em situações adversas, o que pode ser prejudicial à saúde mental por reprimir emoções legítimas.

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A cultura corporativa e a produtividade exaustiva

A pressão por alto desempenho, aliada à busca por pertencimento no ambiente de trabalho, reforça esse padrão. Loureiro destaca a associação entre aceitação e produtividade impecável, que à primeira vista funciona, mas no longo prazo, acumula tarefas e responsabilidades sem o devido reconhecimento.

Mônica Ramos, psicóloga especializada em RH, comenta que esse comportamento muitas vezes é incentivado inconscientemente pela cultura organizacional, onde se valoriza a disponibilidade contínua mais do que a saúde e o equilíbrio profissional. Essa prática resulta em pouca valorização real, algo bastante irônico.

Impactos emocionais de nunca recusar demandas

Submeter-se constantemente às expectativas dos outros pode levar a um profundo desgaste emocional. O especialista em gestão emocional adverte que tal comportamento pode desencadear burnout, ansiedade e outras condições mentais e físicas. Ambientes de trabalho são encorajados a contribuir ativamente para uma cultura mais saudável, reconhecendo e combatendo a prática de premiar a autonegligência.

Para Mônica, o papel do RH é essencial na identificação de sinais de exaustão e no fomento a um diálogo aberto entre funcionários e líderes, promovendo uma cultura que equilibra empatia com limites.

Como melhorar as relações no ambiente de trabalho

Leonardo Loureiro destaca que muitos profissionais não percebem estar presos a este padrão e que pausas conscientes e questionamentos pessoais antes de aceitar novas tarefas podem ajudar na preservação da energia emocional. Além disso, práticas de autocuidado, comunicação assertiva, fortalecimento de redes de apoio e a reavaliação do próprio valor ajudam significativamente no desenvolvimento de relações mais respeitosas e equilibradas no trabalho.

Crie rituais de autocuidado emocional, como pausas planejadas e horários de desconexão. Estabeleça uma comunicação assertiva, aprenda a dizer “não” com respeito e mantenha diálogos honestos para preservar seu bem-estar emocional.

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