A Polícia Civil finalizou o inquérito sobre a morte de Danilo Matos Lipaus, um jovem de 20 anos que foi atingido por cinco tiros durante uma abordagem policial em Colatina. O episódio ocorreu na madrugada de 1º de fevereiro e envolveu 49 disparos realizados por agentes da Polícia Militar.
Indiciamentos e responsáveis
Dois policiais foram indiciados por tentativa de homicídio. O caso agora segue para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que poderá apresentar uma denúncia à Justiça. Outros dois policiais podem responder por homicídio culposo, o que remete a responsabilidade para a Justiça Militar. Os nomes dos indiciados não foram divulgados pela Polícia Civil.
Circunstâncias do incidente
O caso teve início quando suspeitos dentro de uma caminhonete Chevrolet S10 branca foram associados a um assalto em Águia Branca. Durante a perseguição, o veículo foi abandonado no bairro São Braz, local onde Danilo se encontrava com amigos em uma distribuidora de bebidas. Ele deixou o local em uma Fiat Strada branca, o que levou à primeira abordagem por transporte irregular de passageiros.
Fuga e abordagem final
De acordo com o inquérito, Danilo tentou fugir de quatro abordagens policiais. Em uma delas, um policial alegou ter avistado algo que parecia uma arma no veículo, embora esse objeto não tenha sido encontrado posteriormente, e a polícia não tenha confirmado sua natureza.
Na última abordagem, Danilo foi alvejado. O delegado responsável, Tarik Souki, informou que os policiais alegaram risco de atropelamento como justificativa para os disparos. No entanto, imagens analisadas indicaram que os tiros foram disparados após o carro ter passado pelos agentes.
Envolvimento de militares
O inquérito revelou a participação de sete policiais na operação, mas apenas quatro apresentaram condutas que podem ser responsabilizadas: o sargento Renan Pessimílio, o cabo Rodrigo de Jesus Oliveira, o soldado Eduardo Nardi Ferrari e o soldado Guilherme Martins Silva.
O processo jurídico
A juíza Roberta Holanda de Almeida, da 1ª Vara Criminal de Colatina, forneceu um prazo para que o Ministério Público Estadual se manifeste sobre a possibilidade de denúncia contra os policiais. Se a denúncia for aceita, os militares se tornarão réus.
A defesa dos policiais declarou que ainda não teve acesso ao relatório final e que aguardará a análise do documento antes de se manifestar. Da mesma forma, a advogada da família da vítima também está à espera do acesso oficial ao inquérito para comentar sobre o caso.