A base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Colatina está passando por uma grave crise estrutural e sanitária, colocando em risco a saúde dos profissionais e a segurança dos pacientes. Servidores do SAMU relataram ao Portal ES Fala diversas irregularidades, evidenciando um cenário de abandono que perdura há meses, sem ação da Prefeitura de Colatina, que tem a responsabilidade contratual pela manutenção da estrutura.
Condições de trabalho inadequadas
Os relatos indicam que a base opera sem responsável pela limpeza, exposta a uma poeira constante proveniente tanto do pátio da prefeitura quanto do próprio espaço do SAMU. Um profissional que preferiu não se identificar afirmou: “Estamos lidando com vidas e, mesmo assim, atuamos em condições desumanas. A estrutura está comprometida, a água do bebedouro é imprópria para consumo, e ninguém da gestão toma providências. A vigilância sanitária sequer aparece.”
Equipamentos em estado crítico
Além das preocupações sanitárias, a negligência em relação à infraestrutura e aos equipamentos é alarmante. Algumas ambulâncias estão com pneus carecas, comprometendo a segurança durante as chamadas. Internamente, o micro-ondas utilizado pela equipe estava avariado e só foi consertado após um funcionário decidir colaborar financeiramente. Os aparelhos de ar-condicionado, essenciais em um ambiente de trabalho, estão há meses sem manutenção, o que acentua o quadro insalubre.
Ambiente infestados
Os problemas não param por aí. O forro do teto da base apresenta sinais de infestação por roedores, com fezes caindo dentro do espaço. Essa situação levou os servidores a fazer reparos improvisados utilizando recursos próprios, revelando um nível extremo de descaso. Um colaborador também relatou a falta de gás de cozinha por duas semanas, o que obrigou a equipe a improvisar refeições, destacando: “Somos socorristas, mas estamos sendo esquecidos enquanto cuidamos da população.”
Responsabilidade da administração
Os trabalhadores mencionam que há um acordo entre os municípios do Noroeste capixaba, que exige que as prefeituras sejam responsáveis pela manutenção das bases do SAMU. Contudo, no caso de Colatina, essa obrigação não está sendo cumprida pela atual gestão. Apesar dos constantes apelos por melhorias, a vigilância sanitária municipal nunca realizou uma inspeção nas instalações, conforme afirmam os denunciantes.
A situação crítica na base do SAMU em Colatina demanda atenção imediata para assegurar condições adequadas de trabalho e a segurança necessária para o atendimento à população.