A oportunidade de vivenciar um jogo de futebol em um estádio é uma experiência emocionante, especialmente para aqueles que anteriormente apenas escutavam o barulho das torcidas do lado de fora. Recentemente, um grupo de acolhidos do Abrigo Institucional de Adultos e Famílias, conhecido como Abrigo 1, teve a chance de assistir ao Campeonato Capixaba de Futebol entre o Rio Branco e o Porto Vitória no Estádio Kleber Andrade.
Primeira experiência no estádio
Para muitos, como Adeildo, essa foi a primeira vez que puderam estar dentro de um estádio. Ele compartilhou sua alegria ao dizer: “Foi ótimo, ainda mais para mim que estava torcendo e o time ganhou. Foi uma grande oportunidade assistir a um jogo que estava cheio”. A empolgação foi tanta que ele já está ansioso para acompanhar a final do campeonato capixaba.
Gilsinei, que também estava assistindo ao seu primeiro jogo no estádio, comentou: “Foi muito legal. É muito bom, tem segurança e tranquilidade para assistir. Estava tudo beleza, graças a Deus”. Adelino, outro acolhido, ficou impressionado com a apresentação dos times e achou o jogo “bem legal”.
Iniciativas que fazem a diferença
Antônio Carlos, observando a partida com seus colegas, elogiou a iniciativa da equipe do Abrigo 1: “Foi muito bom para a minha mente. Nos divertimos bastante, ainda mais porque o time que eu torci ganhou”. Ele expressou o desejo de retornar ao estádio para a final do campeonato.
Os ingressos para o jogo foram gentilmente doados pelo Porto Vitória, que contribuiu para que essa experiência se tornasse possível.
Ações de inclusão e lazer
Rodrigo Trindade, coordenador do Abrigo 1, destacou a importância de proporcionar lazer aos acolhidos: “Todas as nossas ações são planejadas em conjunto com eles. Aqui no Abrigo 1, promovemos uma jornada pedagógica socioassistencial que inclui oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA), oficinas de esportes e cultura, visando a superação da condição de rua”.
Trindade também enfatizou que essas iniciativas ajudam a mudar a percepção e o sentimento de pertencimento dos acolhidos na sociedade.
O contexto das pessoas em situação de rua no Brasil
Conforme o Decreto 7.053 de 23 de dezembro de 2009, do Governo Federal, pessoas em situação de rua são descritas como um grupo heterogêneo, geralmente marcado pela pobreza extrema e ausência de moradia convencional. Elas utilizam logradouros públicos como habitação temporária, além de abrigos para pernoite.
A secretária de Assistência Social, Soraya Manato, ressaltou que a gestão tem se empenhado em oferecer apoio, com a disponibilização de dois Centros de Referência para Pessoas em Situação de Rua, cinco abrigos institucionais, uma Casa de Passagem e uma República, totalizando 215 vagas para acolhimento.
A Secretaria de Assistência Social (Semas) conta com sete unidades que oferecem acolhimento 24 horas, pernoite, alimentação, acompanhamento psicossocial e encaminhamento para políticas públicas, visando a reintegração familiar ou comunitária.