A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vai retomar o esquema de aulas presenciais a partir de abril. A decisão foi tomada durante uma sessão extraordinária realizada na última sexta-feira (18), quando o Conselho Universitário da Ufes aprovou, por unanimidade, o retorno.
A decisão é uma migração para a Fase 4 do Plano de Contingência da Ufes, com controle de riscos de acordo com as condições atuais da pandemia do coronavírus. Com isso, as atividades do semestre letivo 2022/1, que iniciam em 18 de abril, serão realizadas de modo predominantemente presencial.
A decisão é válida para as atividades administrativas e acadêmicas. Os detalhes sobre o funcionamento desta fase serão definidos pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). De acordo com o Conselho, a modalidade de ensino remoto ou de forma híbrida ainda vai acontecer em alguns casos.
Antes da decisão do retorno presencial, o Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE) realizou uma pesquisa entre os alunos da Universidade questionando se concordavam ou não com a volta das aulas de forma presencial e também se tinham se vacinado contra a Covid-19 e se sim, com quantas doses.
Ao todo, 6.640 pessoas responderam a pesquisa, sendo que 70% concorda com o retorno presencial e 30% discorda. Além disso, que 98,8% dos estudantes já se vacinaram contra o coronavírus e 1,2% não, sendo que 2,1% só tomou a d1 (138 pessoas), 63,7% tomou a d2 (4228 pessoas), 34% tomou a d3 (2258 pessoas), 0,2% tomou a d4 (14 pessoas). A pesquisa ainda abordou a questão do passaporte vacinal, sendo que 90,&% concorda com o passaporte vacinal e 9,9% discorda.
A doutora em educação e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Cleonara Maria Schwartz, destacou que com as vacinas e os cuidados que serão tomados pela universidade como o Plano de Biossegurança – feito por profissionais da saúde e colocado em prática com muita responsabilidade – já se sente segura para a volta das aulas presenciais.
“A Universidade precisa retomar e está se organizando há tempo, pelo que estou acompanhando daquilo que está sendo realizado e estão tomando as devidas providências. Eu penso que agora nós temos que fazer a nossa parte nesse retorno, fazendo um bom acolhimento aos estudantes, para podermos voltar com as atividades presenciais que são fundamentais para os nossos estudantes”, disse a professora.
A professora universitária explicou que ensino presencial é fundamental, porque é no espaço da sala de aula onde é possível dar um tratamento equânime a todas as demandas específicas que surgem em termos de aprendizagem, o que não é oportunizado no ensino a distância, uma vez que nem todos os estudantes possuem uma boa infraestrutura.
“O ensino presencial é um espaço muito mais dialógico do que um ensino mediado por tecnologia. As dúvidas são colocadas em tempo real, os alunos interagem uns com os outros, já no ensino a distância essa interação assume uma outra dinâmica, cronologia e organização do tempo, que as vezes faz com que muitos estudantes não consigam naquele momento exato tirar suas dúvidas, e por também não terem uma estrutura adequada eles acabam se desestimulando”, ressaltou.
O estudante de administração da Ufes, Guilherme Matta, explicou que se sente seguro pela eficácia das vacinas contra a Covid-19. Por outro lado, ele acredita que a Universidade não tenha um controle de quem entra e sai, e que pessoas não vacinadas podem frequentar o campus, o que o preocupa.
“No modo presencial com certeza o foco será maior. O sistema remoto não funcionou perfeitamente, pelo fato do aluno justamente não conseguir manter o foco durante as aulas. Mas tendo esse contato direto com os professores e colegas, as coisas começam a voltar a fluir em relação a cobrança e os alunos vão começar a levar a faculdade mais a sério pois acabam criando uma rotina”, disse Guilherme.