O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que os Estados Unidos deveriam adotar uma perspectiva mais generosa em relação à América Latina, especialmente com os países da América do Sul. Durante uma entrevista ao Canal UOL, realizada em São Paulo, Haddad ressaltou a importância dessa mudança de abordagem.
Análise das Relações Econômicas
Na conversa, o ministro mencionou sua reunião recente com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Ele alertou sobre a inadequação de aplicar altas tarifas sobre os países latino-americanos, que já enfrentam um déficit em suas relações comerciais com os EUA. Haddad questionou: “Como taxar uma região que é deficitária?”, destacando que essa atitude não faz sentido econômico. Ele ressaltou que Bessent reconheceu a questão e que isso será discutido em negociações futuras.
Uma Visão Estratégica para o Futuro
Haddad argumentou que os EUA têm muito a ganhar ao buscar um maior equilíbrio regional e promover o desenvolvimento industrial em toda a América. Ele destacou que a vulnerabilidade de um país torna-o suscetível a interesses comerciais globais, o que pode ser prejudicial para a estabilidade do continente.
Expectativas em Relação à Guerra Comercial
O ministro também enfatizou que o Brasil está buscando manter acordos comerciais diversificados sem tomar partido na disputa entre China e Estados Unidos. Ele observou que os EUA estão tentando reequilibrar suas variáveis macroeconômicas, como déficits internos e externos, e que esse é um desafio complexo.
Enfrentando a Fraude na Previdência
Além disso, Haddad aproveitou a oportunidade para comentar sobre um esquema de fraude na Previdência social, onde associações aplicavam descontos indevidos nos benefícios de aposentados. Ele condenou o delito, considerando-o um escândalo que gera indignação nacional. O ministro expressou sua crença de que os responsáveis devem ser punidos, e destacou a importância da investigação conduzida pela Polícia Federal.
Perspectivas de Crescimento do PIB
Sobre o crescimento econômico, Haddad projetou que o Brasil deve encerrar o ano com um crescimento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB), acreditando que é possível concluir o mandato do presidente Lula com uma taxa média de crescimento de 3% ao longo de quatro anos.
Inflação do Café e Questões Setoriais
O ministro também abordou o aumento da inflação do café, que tem afetado os preços do produto. Ele ressaltou que a situação é complexa devido ao ciclo de produção do café, que takes mais tempo em comparação com outras culturas agrícolas.
Por fim, ao ser questionado sobre a situação do Banco Master, Haddad afirmou que se trata de uma questão exclusiva do Banco Central, reafirmando que seu foco está em manter a estabilidade econômica e o bem-estar social.