O desempenho da balança comercial brasileira em março foi notável, apresentando um superávit de US$ 8,15 bilhões. Este resultado marca o segundo maior superávit já registrado para meses de março, refletindo a recuperação nas exportações impulsionadas por safras agrícolas e aumento nas vendas de produtos como minério de cobre e carnes.
Alta nas exportações
As exportações totalizaram US$ 29,177 bilhões, um crescimento de 5,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Este desempenho coloca março de 2023 entre os três melhores meses de março da série histórica, perdendo apenas para 2022 e 2021. Em contraste, as importações somaram US$ 21,023 bilhões, apresentando um aumento de 2,6% na mesma comparação.
O avanço nas exportações foi facilitado pelo aumento dos preços do café e pelo início das safras de soja e milho. Além disso, as vendas de carne bovina, celulose e minério de cobre se destacaram, equilibrando a queda nos preços de outros produtos.
Aumento nas importações
As importações também mostraram crescimento, especialmente em categorias como motores, máquinas, medicamentos e adubos. As aquisições de máquinas e motores subiram dramaticamente, com um aumento de 45,9% em março em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os volumes de mercadorias exportadas subiram 5%, principalmente devido ao início das safras, enquanto os preços médios registraram uma leve alta de apenas 0,4%. Nas importações, o volume adquirido cresceu 4,2%, embora os preços médios tenham caído 1,5%, resultado da diminuição nos valores das commodities.
Desempenho setorial
No setor agropecuário, o volume das exportações aumentou substancialmente em março, com uma alta de 10,8% em relação ao ano anterior, enquanto o preço médio subiu 4,3%. Por outro lado, na indústria de transformação, o volume das exportações cresceu 9%, mas os preços médios diminuíram 0,9%, refletindo uma recuperação na economia da Argentina, um dos principais compradores dos produtos brasileiros.
Entretanto, o setor de indústria extrativa viu uma queda de 10,6% no volume exportado, influenciada por manutenções em plataformas de petróleo, com uma queda adicional de 4,9% nos preços médios.
Perspectivas futuras
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) revisou suas estimativas para o superávit da balança comercial para US$ 70,2 bilhões em 2024, uma redução de 5,4% em relação ao ano anterior. Essa projeção representa uma faixa mais conservadora do que as anteriores. Expectativas futuras indicam um aumento nas exportações de 4,8% para 2025, com totalizações chegando a US$ 353,1 bilhões, enquanto as importações devem crescer 7,6%.
Entretanto, as previsões do Mdic são mais pessimistas em relação ao que o mercado financeiro projeta, já que o boletim Focus indica um superávit de US$ 75 bilhões para este ano.
Com essa recuperação na balança comercial, o Brasil demonstra um fortalecimento em suas relações comerciais internacionais, num contexto onde fatores como o crescimento da demanda interna e as oscilações nos preços globais de commodities continuam a influenciar os resultados.