Cerca de 480 kg de tampas e 156 kg de garrafas plásticas em Guarapari foram comercializadas para gerar recursos financeiros destinados ao projeto social Jardim das Borboletas em Caculé, sul da Bahia. O programa cuida de crianças que sofrem com a doença Epidermólise Bolhosa.
Os recursos foram doados pelo programa Tampinha do Bem, organizado pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo (Sindiplast-ES) em parceria com o projeto Guaratampinhas.
A Epidermólise Bolhosa é uma doença genética e hereditária rara que se manifesta já no nascimento e apresenta alteração nas proteínas responsáveis pela união das camadas da pele provocando a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos ou traumas.
As crianças acometidas por essa condição são chamadas de “Crianças Borboletas”, devido a semelhança na fragilidade da pele prejudicada com as asas de uma borboleta. A iniciativa de arrecadação para os pacientes no sul da Bahia partiu da responsável pelo projeto Guaratampinhas, Sônia Garcia.
Sônia decidiu apadrinhar o projeto “Jardim das Borboletas” através do grupo de voluntários “Fraternidade Sem Fronteiras”. Com a participação do Sindiplast-ES e o Tampinha do Bem, ela mobilizou os moradores da cidade e em 6 meses consegui juntar o quantitativo de material reciclável necessário para ajudar o projeto.
“Eu escolhi o projeto Jardim das Borboletas para apadrinhar. Eu e minha filha apadrinhamos duas crianças. Esse projeto apoia o tratamento dessa doença que quando acometida na criança não deixa que ela chegue a idade adulta. Antigamente, a Epidermólise Bolhosa era conhecida como fogo selvagem, uma coisa terrível! Sai feridas na pele, sangra, e os pacientes perdem até os membros do corpo. Até hoje a única doente que alcançou a maioridade foi uma moça de 23 anos, mas com muita dificuldade”, lamentou.
O presidente do Sindiplast-ES, Jackley Maifredo, explicou como funciona o processo que faz com que as doações de tampinhas e outros recicláveis se tornem recursos financeiros destinados a pessoas necessitadas. Segundo ele, atualmente são 8 projetos e instituições ajudados, sendo alguns deles: a horta comunitária, asilos, orfanatos, o projeto Jardim das Borboletas e Ongs que ajudam cães.
“O Sindiplast-ES vai até a empresa que faz parte do projeto Tampinha do Bem, para conscientizar ecologicamente a população em geral e enviar doações financeiras para alguém. Se uma pessoa junta 100 kg de tampinhas e quer doar para moradores de rua, o Sindicato indica algum associado que vai comprar as tampinhas. Se for no sul do Estado arrumamos alguém de lá para ajudar. O papel do Sindicato é envolver as pessoas. Quando vendido, todo o recurso vai direto para o alvo de doações”, relatou.
Jardim das Borboletas
O projeto Jardim das Borboletas envia mensalmente para a residência de cada assistido todos os medicamentos, suplementos alimentares, curativos e demais itens necessários diante da necessidade de cada um, conforme prescrição médica.
Por isso, foi criado o projeto Abrace uma Borboleta que tem como objetivo demonstrar o quanto é essencial e necessário o apoio das empresas para a manutenção do projeto. As empresas que se dispõem solidariamente a fazerem contribuições financeiras, nos permitem acreditar em um mundo mais justo e solidário.
Tampinha do bem
O projeto Tampinha do Bem existe no Espírito Santo desde 2016. Nos últimos cinco anos, já recolheu cerca de 12 toneladas de tampas de garrafas plásticas, destinadas à reciclagem e ao reaproveitamento. “As ações que realizamos ajudam a mudar a mentalidade da sociedade, transformando a cultura de lixo na da reutilização”, destaca o superintendente, Gilmar Nogueira.
“Para mudar uma cultura, leva-se até 20 anos. Educação ambiental é um grande desafio. Então, achamos relevante iniciar e fomentar o programa Tampinha do Bem nas escolas. Estimulamos a realização de gincanas em que as crianças recolhem tampinhas e premiamos as escolas campeãs”, explica o presidente do Sindiplast-ES, Jackley Maifredo.