Quem gosta de café de qualidade, ou seja, já conhece o mundo dos cafés especiais, não pode desprezar os cafés produzidos nas montanhas capixabas. Há alguns produtores que entregam cafés com qualidade excepcional, com preços bem competitivos, sobretudo nessa época em que os cafés estão com preços em alta.
Pessoalmente, prefiro comprar cafés especiais de pequenos produtores das montanhas capixabas, por seu uma escolha que beneficia não apenas me beneficia como consumidor, mas também os agricultores locais e o meio ambiente. As razões para isso vão da qualidade do produto à experiência única de quem adquire esses cafés.
Os cafés especiais do Espírito Santo, especialmente os produzidos em regiões montanhosas como Pedra Azul, Montanhas do Espírito Santo e Mantiqueira Capixaba, são cultivados em altitudes elevadas (acima de 800 metros), o que proporciona um clima ideal para grãos mais complexos e aromáticos. O tipo mais comumente utilizado é o arábica, que traz notas complexas e atende a gostos variados. Por conta da prevalência do café arábica, os pequenos produtores dedicam atenção especial ao cultivo, colheita seletiva e processamento, resultando em cafés com perfis sensoriais únicos (notas florais, frutadas ou achocolatadas).
Mas há outras razões para escolher cafés especiais desta região. O impacto social é uma delas. Ao comprar diretamente de pequenos produtores, promove-se o apoio a agricultores familiares, ajudando a melhorar sua renda e qualidade de vida. (colocar a foto do café Busato com a legenda “Café Busato – Pequeno produtor de Venda Nova do Imigrante). Além do impacto social, é preciso destacar que muitos desses pequenos produtores reúnem-se em cooperativas ou associações (como a Cafés Montanhas do Espírito Santo), que reinvestem os recursos em suas comunidades. Por conta disso, acabam beneficiando a região.
Mas a produção artesanal e de pequenos produtores de café também promove a preservação ambiental, em sintonia com os modelos mais sustentáveis de produção. A produção em pequena escala geralmente segue práticas mais sustentáveis, como cultivo sob sombra (preservando a biodiversidade), manejo orgânico ou reduzido de agrotóxicos e, não menos importante, proteção de nascentes e matas nativas (importante para a Mata Atlântica capixaba).
Do ponto de vista da qualidade dos cafés produzidos, é preciso destacar a diferenciação e a origem controlada. Cafés especiais do Espírito Santo têm ganhado reconhecimento em concursos nacionais e internacionais, como o Cup of Excellence, que é o principal concurso de qualidade para café do mundo. Assim, a Denominação de Origem (DO) para os cafés das Montanhas do Espírito Santo (a primeira do Brasil para cafés) garante que o produto tenha características únicas ligadas ao terroir local. Em outras palavras, a qualidade é avaliada pelo conjunto de características geográficas, geológicas e históricas de uma região.
Tudo isso traz uma experiência única para o consumidor desses cafés, ou seja, ao consumir um café de pequenos produtores das montanhas capixabas, você terá acesso a cafés com histórias, sabores distintos e processos artesanais, muito diferente dos cafés industriais encontrados nos supermercados. E de quebra, você ainda poderá adquirir os microlotes, que são os cafés que alguns produtores oferecem e que são chamados assim por serem pequenas quantidades de café premium ou muito especial, permitindo descobrir variedades raras como Arara, Catuaí ou Bourbon Amarelo.
Esses cafés podem ser encontrados de diversas formas, como em feiras e eventos (ExpoVale de Domingos Martins, por exemplo), Festival do Café das Montanhas Capixabas, em sites de comércio online como os sites de cooperativas ou torrefadores especializados, além de estarem disponíveis em cafeterias especializadas. Por experiência própria posso afirmar: valem a pena!