Uma roda de conversa com representantes da sociedade civil, pesquisadores e agentes públicos de diferentes esferas discutiu maneiras de enfrentar a diminuição da esfera de debates públicos sobre a democracia e a construção de políticas. O evento fez parte da programação do América Aberta, dedicado a temas de governo aberto, como participação, colaboração, integridade pública e transparência.
Desafios do espaço cívico
Com o avanço do autoritarismo e da desinformação, o espaço cívico tem reduzido consideravelmente. Os participantes propuseram soluções para reverter essa tendência, incentivando a troca de ideias sobre como a participação social pode fortalecer a democracia diante de ameaças crescentes. A roda de conversa foi promovida pelo Fórum de Práticas Educativas e Territoriais nas Políticas Públicas, uma iniciativa da Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria Nacional de Participação Social.
Aproveitando a experiência dos servidores públicos
Membros do fórum destacaram a importância de reconhecer servidores públicos como agentes de transformação, com potencial para ampliar o espaço de debate e reforçar práticas colaborativas e de educação popular.
Escuta ativa e compreensão das realidades locais
A escuta ativa foi considerada uma das principais soluções, uma vez que políticas públicas bem-sucedidas se fundamentam na compreensão das realidades locais, respeitando as especificidades culturais. Os princípios da educação popular foram valorizados, enfatizando o aprendizado coletivo e o diálogo como motores de transformação.
Criação de comunidades e conexões
Durante a roda de conversa, foi discutida a importância de criar comunidades e conexões, tanto em ambientes digitais quanto presenciais. Um ambiente digital projetado com intencionalidade pode servir como um espaço potente para formar laços, promover sociabilidade e engajar indivíduos em causas comuns.
Cultura de debate e controle social
Os participantes ressaltaram a necessidade de fomentar uma cultura de debate sobre questões públicas, incentivar a criação colaborativa de soluções, fortalecer espaços institucionais e promover a atuação de conselhos e estruturas de controle social. Também foi destacado o valor das ações de agentes territoriais, que, por meio de iniciativas comunitárias, levam políticas públicas à base, garantindo direitos básicos.
Pertencimento e transformação
De acordo com Pedro Pontual, diretor de Educação Popular da Secretaria Nacional de Participação Social, o Fórum de Práticas Educativas e Territoriais nas Políticas Públicas evidenciou que o fortalecimento do espaço cívico não reside apenas nas ideias debatidas, mas na forma como são compartilhadas. “Quando as vozes se encontram, a sensação de pertencimento cresce e as possibilidades de transformação se multiplicam”, afirmou Pontual.