Antes de ler este pequeno texto, sugiro que se escute o álbum “Caju”. Assim o texto pode fazer mais sentido à sua mente e ouvidos.
Álbum Caju – Liniker (Clique para ouvir)
Lançado em 11 de julho, o álbum “Caju” é o segundo da cantora Liniker em sua carreira solo. Bem recebido pela crítica especializada, “Caju” se destaca por sua diversidade sonora do álbum ao misturar ritmos como R&B, MPB, pagode e house music; contou ainda com a colaboração de artistas como Amaro Freitas e Pabllo Vittar, que foram vistas como um destaque.
O álbum “Caju” foi indicado ao Grammy 2025 nas categorias de “Melhor Álbum de Música Global” e “Melhor Engenharia de Gravação de Álbum”, além de receber outras indicações para faixas específicas. A marca de “Caju” é a maturidade e a ousadia de Liniker em se aventurar por novos territórios musicais e ainda assim manter sua identidade artística.
O capricho da produção pode ser percebido em detalhes que poderiam passar por muitos ouvidos, como a transição entre as duas primeiras faixas ou o contraste de instrumentação em faixas como “Veludo marrom”, que serve para fazer a música crescer e ganhar mais vida sem a necessidade de uma variação no volume.
O lançamento dess,e que é o segundo álbum de sua carreira solo, marca ainda uma nova fase em sua carreira. Em conversa com a atriz Ana Flavia Cavalcanti no videocast “Histórias de Conforto”, a cantora falou sobre o amadurecimento que permeia seu novo trabalho e explora temas como o amor correspondido e a intimidade.
Ao contrário do seu primeiro álbum, “Índigo Borboleta Anil” (2021), que tratava de amores não correspondidos, “Caju” reflete um momento diferente na vida da artista . “Antes eu compunha e falava só pela imaginação. Agora que conheci um abraço confortável de alguém que me ama, não dá pra não falar sobre isso com tanta intimidade, tanta camada”, afirma a cantora.
Liniker ressaltou também sua recente descoberta de autossuficiência e amor-próprio: “Acho que eu nunca tinha sido apaixonada por mim mesma. Estou experimentando isso agora. Estou muito segura pra falar do que eu quero, do que eu sinto, do que eu não quero mais e quais são os limites, os novos começos e os desafios ao me relacionar e falar sobre esse amor gigante”. Esse sentimento pode ser percebido nas explorações musicais que “Caju” reflete.
Liniker assumiu a relevância do equilíbrio entre esse novo amor com sua liberdade pessoal: “Demorei pra assumir o que eu queria, meu desejo, assumir que gosto de ganhar flor. Mas também gosto muito da minha liberdade”, disse ao revelar um certo receio de se tornar autossuficiente demais.
Com “Caju”, Liniker quer ir além de simplesmente estar de pé. “Agora que tive um disco que me botou de pé, eu queria um disco que me fizesse andar. Quero dançar. Quero ser sol”. Por meio desta afirmação, mostra também que sua nova fase ressalta temas como movimento, amor e auto aceitação.
Além disso, os detalhes somados à exploração musical de “Caju” fazem desse álbum um coquetel musical para ser saboreado a qualquer hora do dia. Diferente do coquetel que apreciamos em nossas festas ou simplesmente para nos refrescar, as sonoridades/sabores de caju podem ser degustadas individualmente em cada faixa para nos proporcionar o mesmo prazer experimentado por esses drinks.