quinta-feira, 21 de novembro de 2024

A Casa 8 e as histórias que ela guarda

“Se a casa 8 falasse” é uma obra que inova ao contar suas histórias pela perspectiva da própria casa, um recurso que transforma a narrativa em uma experiência única e cativante. A proposta de fazer da casa um personagem que observa, sente e até se emociona é um dos pontos altos do livro. A sensação de que a casa é uma testemunha da vida de seus moradores, com suas memórias e sentimentos, confere um toque especial à leitura.

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Uma cena que me marcou profundamente foi a menção à bicampeã de vôlei bissexual, uma personagem da primeira geração de moradores. É inspirador ver representatividade e conquistas na literatura, especialmente em uma narrativa que explora a diversidade e as diferentes trajetórias de vida. Essa ideia de realização pessoal e celebração de identidades é uma mensagem poderosa.

Outro momento tocante foi o primeiro encontro de Ana e Letícia, na véspera da viagem de Ana. O jantar na casa, o local que foi testemunha de tantas histórias, se torna um símbolo de conexão e despedida. Essa cena reflete como as casas não são apenas estruturas físicas, mas também guardiãs de momentos significativos, transformando as paredes em testemunhas de amor e amizade.

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A leveza da escrita e o formato enxuto do livro fazem com que a leitura flua de forma agradável. Os personagens são únicos e carismáticos, e mesmo sem me identificar diretamente com eles, consegui sentir suas emoções. A maneira como suas histórias se entrelaçam, revelando as passagens do tempo e os encontros de diferentes gerações, é fascinante. A parte em que os últimos moradores se reúnem para falar sobre a moradora anterior é uma reflexão sobre as conexões que criamos ao longo da vida. Cada pessoa que passa por nossa trajetória deixa uma marca, assim como cada morador deixou sua história na casa.

Um dos meus personagens favoritos é Ana, da primeira geração. Sua personalidade estilosa e seu senso de humor conquistam o leitor, mostrando que a força e a autenticidade são características que nos atraem. Embora não tenha encontrado um personagem que eu não gostasse, o que ressalta a riqueza da construção de cada um deles, é claro que a diversidade de experiências e personalidades é o que torna a história tão envolvente.

“Se a casa 8 falasse” é uma leitura recomendada não apenas pela diversão e leveza, mas também pela profundidade com que aborda temas como identidade, amor e as histórias que todos nós carregamos. É um convite a refletir sobre as pessoas que cruzam nosso caminho e a importância dos laços que formamos ao longo da vida. Essa obra nos lembra que, assim como a casa, cada um de nós é uma coletânea de histórias, e vale a pena ouvir o que temos a dizer.

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Ana Morelli Nunes
Ana Morelli Nunes
Estudante criativa e leitora assídua.

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