Maria Chagas naquele momento estava na biblioteca da mansão de seu avô, lendo os vários livros de medicina dele em um tentativa inútil e até mesmo inocente de resolver os seus problemas. Afinal não é todo dia que você descobre que está destinada a virar uma criatura monstruosa em seus últimos dias de vida e que iria sofrer com se tivesse vivendo no próprio inferno.
Mas nada adiantava, era óbvio, afinal, se nem o seu avô que era o melhor pesquisador no assunto conseguia resolver essa maldição, como ela lendo apenas alguns livros conseguiria resolver?
A verdade era que Maria sabia que isso não iria ter resultado nenhum, mas ela fez isso para sentir que pelo menos tentou algo, para pelo menos não ficar sendo apenas uma vítima dessa história, para não ser apenas a pobre garotinha frágil e amaldiçoada que foi condenada pelo avô a viver basicamente em cárcere privado.
Ela odiava a situação que estava vivendo naquele momento e para piorar tudo, a saúde de Eduardo começou a ficar mais frágil, ou seja os primeiros processo da maldição estavam começado a aparecer em seu avô. Isso causou pânico em Maria, que sabia que quando o avô morresse estaria sozinha, afinal ela não conhecia mais ninguém.
A porta então se abriu revelando a figura de seu avô, ele parecia frustrado mas quando viu sua neta um sorriso pôde ser visto em seu rosto. Eduardo amava sua neta mais do que tudo, afinal, ela era a única coisa que restava para ele, mas também tinha a consciência que isso tinha virado uma obsessão.
– Oi minha querida. – disse Eduardo enquanto se aproximava da neta que tinha algumas lágrimas em seu rosto.
– Por que vovô? Por que nossa família foi condenada para sempre com essa maldição? – perguntou Maria com tristeza em sua voz.
Eduardo deu um longo suspiro, ele não sabia a resposta e não queria dar falsas esperanças para sua amada neta.
– Eu não sei, mas o que eu sei é que você deve viver sua vida – Maria levantou sua cabeça com surpresa, ela tinha ouvido aquilo mesmo? – eu tomei a liberdade de matricular você em uma escola normal, acho que não devo te privar de uma vida normal apesar dessa maldição.
Maria então abraçou seu avô, ela sabia que ele tinha ficado traumatizado com tudo que aconteceu com sua mãe.
A mãe de Maria tinha sido violentada quando tinha apenas 15 anos e o homem que fez aquilo fugiu e nunca foi condenado por seus crimes. A jovem morreu após o parto e isso para sempre atormentou Eduardo, que tinha medo que sua neta sofresse o mesmo destino.
Mas após perceber a infelicidade da neta ao viver aquela vida apenas em casa, resolveu dar ela a liberdade que queria.
Maria sabia que aquilo tinha sido difícil para seu avô, por isso não desperdiçaria essa oportunidade
Aquilo não era exatamente um final feliz, afinal, ainda existia a maldição e maldade no mundo.
Mas apesar de tudo, ainda existe felicidade no mundo.
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Ana vai longe… Jovem jornalista de talento.
Parabéns pelo trabalho!!!
Siga firme, aguardando a próxima história.
Um conto com narrativa com forte influência das leis das causas e efeitos da doutrina espírita .
Uma narração que flui com leveda , apesar da situação dos personagens e dar vontade de querer lê outros capítulos como se fosse um livro .
Parabéns Ana terra.
Texto bom, coeso e assim mesmo desperta vários pontos da maldição de Maria:
Um deles não era doença física.
Parabéns, Ana Terra! Adorei o Conto, principalmente, pelo suspense, carinho e afeto, que desperta!
Muito bom, ansiosa para saber o que vai acontecer com a Maria.
Acredito que realmente, ainda , existe felicidade no mundo . Independente de qualquer coisa ruim.
Parabéns!!!