Aquela era uma tarde chuvosa e fria na cidade de Vitória, meteorologistas disseram que nunca na história da cidade teve um dia tão frio como esse. Mas nem toda a força das gotas de chuva e nem mesmo o toque extremamente gelado do vento foram capazes de incomodar Dmitri.
Depois de todos aqueles acontecimentos bizarros que fundiram a sua mente com o livro do conhecimento absoluto, Dmitri mudou bastante. Ele não conseguia mais sentir fome, calor, frio, sono, dor ou alegria, além do fato de agora ser praticamente imortal.
Muitos achariam que isso era uma benção, afinal por algum motivo a humanidade sempre teve uma obsessão pela imortalidade e de colocar fim as limitações de sua espécie. Porém acreditem, “abençoado” era a última palavra que ele usaria para descrever sua situação atual.
Dmitri após perde parte de sua humanidade se sentia extremamente vazio e para piorar a situação, ele ainda continuava vomitando partes dos corpos de sua falecida esposa e de seu filho. Esses vômitos sempre apareciam quando ele tentava superar o que tinha acontecido, um lembre eterno de que agora era uma abominação.
Como ele poderia continuar vivendo desse jeito? Como uma abominação quase inumana que matou as pessoas que amava?
Dmitri teria uma eternidade bastante triste e solitária se as coisas continuassem assim, o problema é que por mais que tentasse mudar as coisas o destino parecia ter outro planos para ele.
Não é o destino que está fazendo o seu caminho ficar parado, você ainda está fraco e de luto, porém como estás desesperado para sair dessa situação você também se auto sabotado – disse Iracema enquanto se aproximava de Dmitri – não se esforce tanto Dmitri, você ainda não está pronto para seguir em frente e tá tudo bem, às vezes vocês humanos precisam fazer uma
pausa para poderem superar a dor.
Uau, para uma criatura totalmente inumana você até que entende bastante sobre nós. – disse Dmitri com um pequeno tom de brincadeira, apesar da tristeza também ser evidente em sua voz.
Posso não ser humana, mas isso não significa que devo ser insensível com a sua situação.
Humm , parece que você é mais humana do que gostaria de admitir. – Iracema então olhou com indignação e uma leve raiva para Dmitri, ele agora tinha um pequeno sorriso em seu rosto pálido.
Não seja ridículo a esse ponto, estou apenas tentando te ajudar, fazer com que você saia debaixo dessa chuva, podes não ser mais totalmente humano mas isso não quer dizer que pode começar a agir que nem um protagonista trágico genérico.
Dmitri então deu uma pequena risada, apesar de ser insensível e meio direta demais às vezes, a companhia de Iracema era boa.
Tudo bem, eu vou entrar, mas o problema é que não sei o que devo fazer a partir de agora.
Uma pequena dica de algo que deveria ser óbvio, mas mesmo tendo conhecimento absoluto parece que ainda não entendeu: você pode usar esse novo poder para proteger os outros.
Iracema então começou a se afastar, deixando Dmitri mais uma vez sozinho com os seus pensamentos, ele ainda estava bastante triste e confuso, mas agora parecia que sua existência poderia ter algum sentido novamente.
Continua?
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Anna Terra é uma estudante de jornalismo que ama literatura e fatos bizarros e únicos sobre o mundo.
Quero continuar lendo, adoro mistérios e esse tá demais. Que venham mais e mais contos
Parabéns, excelente conto, com mistério e suspense..prende a atenção do início ao fim! Gostei!
Continua!!!!!
Adoro seu estilo de escrita!!
Parabéns!!!!!!
Bom dia, Anna Terra! Muito bom, texto, mas achei Iracema muito humana, para a sua condição de inumana. Siga em frente, Anna Terra ! Parabéns #ocapixaba pela excelente Profissional que compõe o seu Quadro Técnico!
Adorei, continue sim. Aguardando.
Quero que continue sim. Ótima série de contos.
Parabéns ?