Um dos principais clubes de futebol do Espírito Santo acabou se despedindo de maneira melancólica do Campeonato Capixaba 2023. Depois de brigar para não ser rebaixada até a última rodada da primeira fase e com uma troca de treinador antes do mata-mata, a Desportiva Ferroviária conseguiu escapar da Série B, mas acabou caindo nas quartas de final após dois empates com o Porto Vitória (2 a 2 na ida e 1 a 1 na volta).
Com reclamações sobre a arbitragem à parte, o fato é que a Locomotiva Grená não teve problemas apenas dentro de campo, mas também fora dele. Punida com vários jogos com portões fechados, devido a ações intempestivas de alguns torcedores, a Tiva não pode sequer contar com a sua torcida durante a competição. O Engenheiro Araripe acabou se tornando um “estádio fantasma”, mas que não assustou os adversários.
Em meio a tudo isso, a diretoria do clube de Jardim América anunciou a contratação da empresa de consultoria financeira Meden para auxiliar o clube no projeto de transição para se tornar uma SAF. O anúncio criou muita expectativa nos torcedores grenás, mas vai custar um preço. Por conta desse processo para viabilizar a SAF, a Desportiva abriu mão de disputar a Copa Espírito Santo.
Com a decisão, a Desportiva não disputará mais nada em 2023. O clube paralisou suas atividades no futebol profissional e já dispensou atletas e comissão técnica. A pergunta que fica no ar é: vale a pena deixar de disputar a Copa ES para focar apenas no processo da SAF? Com a palavra, o torcedor.
Márcio Martins, funcionário público, acredita que não compensa abrir mão de um torneio. Embora afirme torcer para que a SAF se concretize, ele disse que o futebol poderia seguir. “Outros clubes não pararam de jogar antes de se tornarem SAF’s. Acredito que seria possível, mas é uma escolha da diretoria. Espero que tudo dê certo e o time volte a ser forte porque esse ano deu tudo errado”, declarou.
Já Samuel Bollian, educador físico, pensa que vale a pena paralisar as atividades para focar na transição para SAF, mas não deixou de criticar o clube. “Para inovar e fazer o clube crescer, acho que até vale não disputar a Copa Espírito Santo. Mas isso não isenta diretoria, jogadores e comissão técnica do péssimo futebol apresentado no Capixabão. E até torcedores, por fazerem o clube pagar tendo que jogar com portões fechados”, ressaltou.
Opiniões divididas entre grenás e sem futebol por nove meses. Resta saber se a tradicional Locomotiva vai voltar mais forte em 2024 ou se os torcedores vão ter mais um ano melancólico.
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