terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Café: você sabe o que está bebendo?

Você já teve o interesse de ler o rótulo da embalagem em que vem o café que você compra? Sabia que há variedade de cafés, seja pelo tipo de fruto, seja pela espécie? Vamos começar entendendo as espécies mais comuns usadas no Brasil e suas características.

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As duas principais variedades usadas em nosso país são a Arábica e o Robusta. Essas variedades têm origem, sabor, aroma e frutos bem diferentes, trazendo características únicas. Isso significa que a bebida final será diretamente influenciada pelo tipo de café que você escolher. Vamos apresentar uma comparação dessas variedades.

Quanto à origem, a variedade arábica é oriunda da Etiópia, enquanto o café robusta é nativo da África Ocidental. O café arábica é mais delicado, suave e aromático, podendo trazer notas frutadas e um leve toque de acidez. Pode também trazer notas florais, de especiarias e chocolate ou caramelo. Pode-se perceber que a variedades de notas faz do café arábica um café mais complexo e delicado. Já o café robusta traz sabor mais forte e amargo, com notas de chocolate. Seu amargor pode ser bem acentuado, razão de muitos usarem açúcar, e seu aroma é mais terroso.

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Quanto ao cultivo, o café arábica exige condições climáticas específicas, como altitudes elevadas e temperaturas mais amenas e, por conta disso, seu cultivo é mais complexo e seus grãos são menores. Essas exigências decorrem da menor resistência do café arábica às doenças. O café robusta, por outro lado, é mais resistente e por isso pode ser cultivado em condições climáticas menos exigentes, admitindo o cultivo em altitudes mais baixas. Seus frutos costumam ser maiores e sua produtividade também é maior.

Uma diferença interessante entre os cafés arábica e robusta é o teor de cafeína. Enquanto o arábica possui menor teor de cafeína, que resulta em uma bebida mais suave e menos estimulante, o café robusta traz um teor de cafeína quase duas vezes maior que o arábica, o que o torna uma bebida mais estimulante.

A partir das informações apresentadas até aqui, surge a pergunta: qual das duas variedades você acha que a indústria do café usa mais? Arábica ou robusta? Sim, como você pensou, a indústria do café utiliza o café robusta em muitos blends, seja pela facilidade de cultivo, maior resistência às doenças e mesmo pela produção mais elevada desta variedade. O café robusta também está presente em cafés instantâneos e nos espressos mais baratos (é com s mesmo, por ser produzido sob pressão).

A grande maioria dos cafés de supermercado, comercializados depois de moídos, são blends de café robusta. Trazem muitas impurezas e admitem a presença de folhas, gravetos, flores e outras coisas mais em sua composição. São cafés de baixíssima qualidade e torrados em excesso para mascarar a presença de impurezas. Se você pensou no porquê disso, provavelmente acertou: visa-se o lucro, o baixo custo e não a qualidade.

Mas é preciso perceber que nos últimos vinte anos, no Brasil, tem-se desenvolvido o comércio de cafés especiais e de alta qualidade, cafés que antes eram destinados apenas à exportação e que, por conta do crescimento do interesse do mercado interno brasileiro, agora estão à disposição do consumidor. A grande maioria desses cafés especiais, com origem e produtores certificados, é da variedade arábica. Além dos cafés de tipos específicos, como os Bourbon, Acaiá, Catuaí e Mundo Novo, com suas variações de produção em regiões e altitudes diferentes e processos de secagem diferentes, esses cafés apresentam nuances sutis de sabor e aroma. E antes que haja mal entendido sobre isso, quando falamos em notas de chocolate ou frutas vermelhas em um café, por exemplo, não há qualquer adição desses produtos. São notas sensoriais que o tipo de produção, a forma de secagem e a torra produzem naquele café específico.

Qual desses cafés devemos escolher? Se você olhar apenas para as informações apresentadas até aqui, vai concluir que o arábica é superior, mas as coisas não são exatamente assim. É preciso levar em conta o paladar do consumidor. Enquanto o café arábica é ideal para quem busca um café mais suave, com notas complexas e acidez equilibrada, sendo perfeito para apreciar o sabor puro do café (colocar açúcar seria um sacrilégio!), o café robusta é indicado para quem prefere um café mais forte, com sabor intenso e maior teor de cafeína, sendo uma boa opção para quem gosta de um café mais encorpado e amargo.

Um apontamento final: já há a produção de cafés robusta especiais, sobretudo em Rondônia, com resultados bastante interessantes e qualidade superior aos comuns. Pessoalmente, ainda prefiro o arábica, mas isso é só o meu paladar falando. E você? Qual prefere? Você vai olhar o rótulo de seu café quando for comprar?

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Reinaldo Olecio
Reinaldo Olecio
Reinaldo Olecio (PrestigeMan) é professor, sociólogo, tenista e especialista em equipamentos de Tênis.

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