Após a decisão do Ministério Público de proibir o Carnaval de rua apenas na região do Centro de Vitória o Blocão, a Liga dos Blocos do Centro de Vitória organizou manifestações para o fim de semana.
A decisão foi tomada na manhã da sexta-feira, 24, em um ato realizado contra a suspensão aplicada pela Prefeitura de Vitória.
A proibição imposta aos blocos, Esquerda Festiva e Prakabá, que iriam às ruas neste sábado e domingo, suspendeu o alvará que os blocos tinham para desfilar.
De acordo com a organização da manifestação os dois atos são politico-culturais, de caráter lúdico e pacífico e visam convocar foliões, moradores e integrantes dos blocos para estarem nas ruas como uma crítica à decisão adotada pela Prefeitura de Vitória.
Na manifestação deste sábado, 25, estandarte de outros blocos que desfilaram no Carnaval de Vitória foram levantados como forma de apoio à manifestação.
Uma das justificativas utilizada pelo Ministério Público para suspensão dos blocos foi a produção de lixo acumulado na Beira Mar em função dos blocos, porém, nenhum dos blocos previstos para este fim de semana incluíam em seus trajetos a Beira Mar.
Para os manifestantes a medida é uma ação que criminaliza o carnaval no Centro da cidade e quem mais saiu perdendo com a medida foram os foliões.
As dificuldades enfrentadas por quem faz e participa do carnaval no Centro de Vitória neste ano foram muitas. Da limitação do horário de 18h para os blocos até a suspensão dos blocos nos dias de ressaca do carnaval.
Alguns blocos nem chegaram a desfilar. Foi o caso do bloco Peladonas. Segundo Stael Magesck, organizadora do bloco, o Peladonas tradicionalmente sai na quarta-feira que antecede o carnaval oficial, mas este ano diante do decreto de horário para os blocos o Peladonas foi jogado para desfilar no domingo, 26, antes do Prakabá, diante da decepção Stael explica que o bloco desistiu de ir às ruas:
“o Prakabá já é tradição, é para acabar e o nosso é o contrário, a gente abre. Então nós nos manifestamos contrário, decidimos não fazer o que eles queriam. Então a gente já tinha anunciado que nesse carnaval a gente ia apoiar os Blocos, mas que o nosso não ia sair e que a gente ia manter a nossa data. E aí no dia 15, quarta-feira, nós nos reunimos aqui no espaço, não fomos para a rua, mas reunimos nossos foliões, nossos integrantes, as pessoas que nos seguem, nossa banda e tocamos aqui no nosso espaço como forma de protesto, de reprovação, mas de uma forma onde mostramos a alegria do nosso lugar”, explica.
A idealizadora do Peladonas ainda explicou que depois da notícia da proibição dos blocos só restou se reunirem para manifestar:
“Quando vem essa notícia, só nos coube estar junto e manifestar nosso descontentamento. Eles simplesmente deixaram tudo nas mãos dos blocos e não investiram, não fizeram programa, não fizeram orçamento para isso, simplesmente deixaram. O que eles fizeram é o básico”, desabafa.
O segundo dia de manifestação está previsto para acontecer às 14h deste domingo, 26 e concentração será feita nas imediações da Rua Sete de Setembro.
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