Em reunião com comerciantes na última terça-feira (14), a Prefeitura Municipal de Vitória comunicou que os bares e restaurantes da rua Sete, Graciano Neves e arredores da Costa Pereira e Beira Mar devem fechar as portas às 23h no período do carnaval.
A decisão foi vista pelos empreendedores e moradores da região como autoritária, e foi nomeada como “Toque de recolher”.
Diante do quadro, a deputada estadual Camila Valadão e o vereador da capital André Moreira (ambos do PSOL) se reuniram com 8 donos de bares tradicionais do circuito boêmio do Centro de Vitória.
Na reunião, os empreendedores disseram que, àquela altura, já haviam investido em estoque de bebidas e alimentos, na expectativa de finalmente terem um bom momento de vendas depois do período de fortes chuvas do fim de ano, e ainda sob o impacto negativo da pandemia.
Em média, cada um investiu cerca de R$ 20 mil para as vendas no Carnaval; porém, sem poder funcionar até mais tarde, a expectativa logo reverteu-se em prejuízo líquido e certeiro.
Veja abaixo o que os parlamentares do PSOL disseram sobre o caso:
Camila Valadão e André Moreira propuseram aos comerciantes uma representação junto ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado a fim de impedir o “toque de recolher”, e também se comprometeram em buscar apoio na Câmara Municipal de Vitória e na Assembleia Legislativa do Espírito Santo – Ales
Para o Diretório Estadual do PSOL “a decisão impõe uma política de gueto, que tão somente se aplica ao Centro da cidade, numa tomada de decisão autoritária e sem participação popular. Não promoveu diálogo com os comerciantes, com os donos de bares e restaurantes, muito menos com os moradores. Não vão dar estrutura suficiente para a segurança dos foliões, nem banheiros químicos além da Beira Mar. A reclamação de barulho, que foi a justificativa da decisão não se sustenta e não vai resolver os outros problemas só tentando acabar com o Carnaval no Centro”, salientou a presidenta do PSOL ES”, salientou a presidenta do PSOL ES, Ane Halama.
O apoio se estende a liderança do Diretório Municipal. Gilbertinho Campos, presidente do PSOL Vix, disse que “o PSOL Vix considera, mais do que uma coação, uma arbitrariedade, uma aberrante ilegalidade que segrega o Centro dos demais bairros da cidade, restringe o direito ao livre comércio e aprofunda a crise econômica e social no Centro de Vitória. Outros bairros da capital também terão blocos de carnaval e só o Centro teve toque de recolher”.
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