A exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” será apresentada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) a partir do dia 29 de março de 2025, coincidentemente na data em que Salvador comemora seus 476 anos. Esta mostra é uma parte fundamental da programação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e inclui a performance “Do Que São Feitos os Muros”, do artista Davi Cavalcante, que utiliza tijolos gravados com palavras para instigar uma reflexão sobre as relações humanas e seus efeitos nos territórios.
A exposição tem como objetivo promover uma avaliação da presença negra na história da arte brasileira e sua influência nas artes visuais do país. “Salvador, com sua importância cultural e histórica, é um ponto fundamental nesta itinerância. O MUNCAB, por ser um espaço de referência, enriquece ainda mais esse debate”, comenta Deri Andrade, o curador da mostra.
Com a participação de 69 artistas e cerca de 150 obras, a exposição oferece um panorama abrangente da produção artística negra no Brasil, reunindo tanto artistas reconhecidos historicamente quanto contemporâneos. Nas exibições anteriores em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a mostra atraiu mais de 300 mil visitantes, posicionando-se como uma das mais visitadas do ano de 2024.
Salvador como centro da arte afro-brasileira
A chegada da exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” a Salvador reforça a conexão entre a arte negra e um território fortemente marcado pela herança afrodescendente. No MUNCAB, as obras são ambientadas em um espaço que promove um diálogo sobre a memória coletiva da diáspora africana.
O layout da exposição, concebido pelo arquiteto e cientista social Matheus Cherem, juntamente com a produção técnica de Vinícius Andrade e Vitória Mazzaro, desafia as normas tradicionais do espaço expositivo. Propõe um ambiente interativo onde os visitantes são convidados a explorar e experimentar, instigando múltiplas interpretações.
A mostra apresenta obras que dialogam entre a tradição e a contemporaneidade, buscando visibilizar a identidade negra em diversas linguagens, como pintura, escultura, fotografia, instalação e vídeo. As obras são organizadas em cinco eixos curatoriais: Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão, Orum e Cotidianos.
Artistas homenageados incluem nomes como Lita Cerqueira, Rubem Valentim e Mestre Didi, entre outros. O curador Deri Andrade enfatiza a importância do reconhecimento e valorização da arte afro-brasileira em Salvador: “A cidade é um símbolo da resistência da população negra no Brasil, o que transforma a experiência da exposição.”
Parceria relevante entre CCBB e MUNCAB
A realização da exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” é fruto de uma parceria entre o CCBB e o MUNCAB, contando com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A diretora artística do MUNCAB, Jamile Coelho, ressalta o impacto da mostra para a promoção das expressões afro-diaspóricas.
“Esta exposição confirma a arte negra como um eixo central, e sua presença em Salvador, a cidade mais negra fora da África, fortalece essa conexão”, afirma Coelho. Para Júlio Paranaguá, gerente geral do CCBB Salvador, a itinerância reforça o compromisso da instituição com o acesso à cultura e à arte, permitindo que mais pessoas tenham contato com a produção de artistas negros no Brasil.
Serviço
– O quê: Exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”
– Quando: 29/03/2025 a 31/08/2025
– Visitação: Terça a domingo, das 10h às 16h30
– Onde: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador
– Quanto: R$20 (inteira) e R$10 (meia) disponíveis online ou na bilheteria do MUNCAB
Clientes do Banco do Brasil têm direito à meia-entrada com a apresentação do RG e do cartão. Funcionários do BB têm acesso gratuito ao museu com a comprovação profissional.