O JPMorgan iniciou testes em um novo sistema de empréstimos consignados privados, conhecido como crédito do trabalhador, que passou a operar na última sexta-feira. Por enquanto, o produto está acessível somente através do aplicativo governamental da Carteira de Trabalho Digital, com a previsão de lançamento em aplicativos bancários marcada para 25 de abril.
A adesão inicial ao novo crédito mostrou-se expressiva, com mais de 40 milhões de trabalhadores realizando simulações e 4,5 milhões de propostas enviadas. Contudo, até o momento, apenas 11 mil contratos foram efetivamente fechados. O Agibank destacou-se como o maior agente neste cenário, sendo a única instituição financeira significativa além da Caixa.
Surpresas na participação bancária
Os analistas do JPMorgan expressaram sua surpresa ao não ver propostas do Inter e do Nubank, especialmente considerando que esses dois bancos possuíam empréstimos pessoais ativos. Além disso, o banco observou que o tempo de processamento das propostas foi insatisfatório, com mais de 12 horas de espera até a finalização.
As taxas de juros dos empréstimos consignados variaram entre 2,99% e 4,99% ao mês, o que representa uma comparação favorável em relação aos empréstimos pessoais convencionais, que podem alcançar até 100% ao ano, e ao consignado privado, que gira em torno de 40% anuais.
Condições de crédito e experiência do usuário
Em relação aos valores ofertados, o JPMorgan destacou que os créditos aprovados foram superiores aos saldos de empréstimos existentes entre os testadores, que possuíam apenas empréstimos pessoais de pequeno valor. O cálculo do limite de desconto, baseado no salário bruto, também foi um ponto de surpresa, já que o esperado era considerar o salário líquido, após impostos.
Embora as instituições financeiras tenham mostrado flexibilidade na estrutura das parcelas — com opções variando de 12 a 15 meses — a experiência do usuário no aplicativo não foi considerada intuitiva. Os analistas acreditam que o segmento de consignados privados enfrentará um início lento, mas poderá ganhar tração após o lançamento em 25 de abril, quando os bancos disponibilizarem essa opção em seus próprios aplicativos.