No Dia Internacional da Mulher, um dos temas debatidos nas redes sociais foi o esporte e as violências contra as mulheres. Um post que viralizou tinha como título “Por que as mulheres têm tanto medo da derrota do seu time?”, trazendo pesquisas internacionais e nacionais da relação entre o futebol e as violências domésticas.
Segundo estimativa da pesquisa “Violência contra mulheres e o futebol”, realizada em 2022 pelo Instituto Avon e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos dias em que o time da cidade joga, o número de ameaças contra mulheres aumenta 23,7% e o número de lesão corporal dolosa aumenta 20,8%.
A pesquisa ainda registra que o futebol não é o responsável pelas violências, mas o jogo de futebol pode funcionar como catalisador dos valores da masculinidade e da forma como certos homens se enxergam nas questões de poder e gênero.
Entendendo que o ambiente do futebol ainda é majoritariamente masculino e que no Município de Vitória há muita práticas de esportes coletivos, a vereadora Karla Coser (PT) protocolou na Câmara Municipal da capital projeto de lei para a divulgação de propagandas e mensagens de conscientização da proteção às mulheres, em estádios, quadras ou em espaços públicos, durante a realização de eventos esportivos.
“Vivemos uma epidemia de violências contra mulheres que só cresce ano após ano, infelizmente. No município de Vitória, as notificações de violências contra mulheres jovens seguem essa tendência de crescimento, saindo de 547 notificações em 2021 para 850 em 2024. Por isso, os jogos de futebol, as corridas de rua, que estão super em alta aqui em Vitória, são lugares importantes para conscientização pelo fim das violências contra mulheres porque estão lá os homens, que representam a maioria dos perpetradores de violências, crianças, mulheres. É preciso que as mulheres saibam que podem buscar ajuda e que os homens parem de praticar as violências.”, justifica a motivação da propositura a vereadora Karla Coser.
E complementa a vereadora: “Outro dado importante de uma pesquisa do DataSenado é que 75% das brasileiras afirmam conhecer pouco ou nada sobre a Lei Maria da Penha, o que mostra que a gente precisa de muita informação e divulgação de quais são os tipos de violências contra as mulheres e onde buscar ajuda. É como eu sempre falo. Informação de qualidade pode salvar vidas”.
Confira o Projeto no site da Câmara AQUI