Na manhã desta quinta-feira, o exército israelense lançou ataques aéreos contra alvos dos Houthis no Iêmen, poucos instantes após o grupo apoiado pelo Irã realizar um ataque a Israel. A ofensiva israelense mirou a infraestrutura de energia e os portos na capital Sanaa, sendo uma resposta às tentativas de ataque de mísseis e drones dos Houthis, que, na maioria, foram interceptados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
Os ataques relataram danos significativos nas usinas de energia Heyzaz e Dhahban, além do porto de Hodeidah e uma instalação petrolífera em Ras Isa, onde ocorreram mortes, conforme informações divulgadas pela TV Al-Masirah, veículo vinculado aos Houthis.
Retaliação e advertências
Em um comunicado, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, emitiu um alerta direto aos líderes Houthi, afirmando que a ação israelense em defesa do Estado é implacável. Katz declarou: “A longa mão de Israel também alcançará vocês”. Ele enfatizou que qualquer ato de agressão contra Israel seria confrontado com uma resposta severa.
As tensões entre Israel e os Houthis vêm crescendo, especialmente enquanto Israel enfrenta a sua guerra contra o Hamas em Gaza. Na manhã de hoje, sirenes soaram em várias localidades do centro de Israel após a interceptação de um míssil lançado do Iêmen, um sinal da escalada do conflito.
A escalada dos ataques
Os Houthis, que controlam extensas áreas no Iêmen, reforçaram suas operações contra Israel, justificando-as como uma resposta à campanha militar israelense em Gaza, que já resultou na morte de mais de 45 mil palestinos. O grupo reiterou que suas hostilidades continuarão até que um cessar-fogo seja estabelecido em Gaza.
No passado, os Houthis reivindicaram a autoria de diversos ataques contra Israel, incluindo um ataque com drones em Tel Aviv, marcando um novo patamar nas hostilidades. Como resultado, Israel respondeu com ataques aéreos em portos iemenitas.
Intervenções dos EUA
Os Estados Unidos, aliado próximo de Israel, também estiveram envolvidos no combate aos Houthis, realizando ataques aéreos em várias ocasiões ao longo do último ano. Em novembro, por exemplo, os EUA realizaram uma série de ofensivas contra alvos Houthi, refletindo a complexidade da situação na região.
Conflitos interligados
Além das hostilidades entre Israel e os Houthis, o cenário regional permanece tenso com o Hezbollah e a Jihad Islâmica, grupos apoiados pelo Irã, frequentemente se envolvendo em confrontos com Israel. Recentemente, um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah foi alcançado após meses de bombardeios que causaram significativa destruição no Líbano, resultando na necessidade de deslocamento de mais de um milhão de pessoas.
A guerra permanece acirrada na Faixa de Gaza, onde Israel continua suas operações contra o Hamas, após os ataques do grupo em outubro de 2023, que resultaram na morte de mais de 1.200 israelenses e no sequestro de cerca de 250 pessoas. O impacto das hostilidades se espalha pela região, com Israel e Irã trocando ataques e Israel realizando bombardeios em militantes aliados ao Irã em países como a Síria e o Iraque.
Esse cenário complexo reflete a intersecção dos interesses geopolíticos e as rápidas mudanças no equilíbrio de poder no Oriente Médio, onde as relações entre os diversos grupos permanecem tensas e voláteis.