O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (27) a imposição de sanções a 21 indivíduos que são aliados do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Segundo as autoridades americanas, esses alvos contribuíram para a execução das ordens autoritárias do governo chavista. A lista sancionada inclui ministros e membros das forças armadas venezuelanas.
As sanções resultam no bloqueio de bens que os indivíduos possam ter nos Estados Unidos, bem como possíveis penalidades para instituições financeiras ou pessoas físicas que tenham relações comerciais com os alvos. O governo americano ressaltou que quase 2.000 aliados de Maduro estão sob risco de enfrentarem novas sanções devido a sua participação em atividades que comprometem a democracia, envolvimento em corrupção e violação dos direitos humanos. Um novo pacote de restrições está sob consideração e será revelado em breve.
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, destacou a vitória do principal candidato da oposição à presidência da Venezuela, Edmundo González Urrutia, nas eleições realizadas em 28 de julho de 2024. González, que pertence à Plataforma Unitária Democrática, anunciou que tomará posse em 10 de janeiro. Por outro lado, Maduro afirma ter logrado a reeleição e baseia essa declaração nos resultados fornecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão sob seu controle.
Atualmente, a Venezuela enfrenta uma situação de autocracia sob a liderança de Nicolás Maduro, que bloqueia a liberdade de imprensa e permite a prisão de opositores políticos. A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos têm divulgado relatórios críticos sobre a situação política e os direitos humanos no país. Para se ter uma ideia, estima-se que 7,1 milhões de venezuelanos tenham deixado o país desde 2014, de acordo com dados da Human Rights Watch.
Maduro nega a existência de uma ditadura na Venezuela, argumentando que as eleições são regulares e que a oposição não consegue vencer. Contudo, as últimas eleições, realizadas em julho de 2024, foram contestadas por diversas nações e instituições, incluindo a União Europeia. A União Europeia, juntamente com países como Estados Unidos, México e Argentina, expressou sua desaprovação e questionou a legitimidade do processo eleitoral.
A situação é complexa e as repercussões internacionais são significativas, com debates sobre a necessidade de ações mais rigorosas contra o regime de Maduro. Além disso, líderes de outros países da região têm sido criticados por sua falta de firmeza em relação à situação na Venezuela, levando a um apelo para reconsiderarem suas posturas a respeito do governo. A pressão diplomática e as sanções estão entre as várias estratégias sendo propostas para lidar com a crise política e humanitária na Venezuela.