O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) determinou prazo até quarta-feira (24) para que o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), apresente as provas que o levaram a acusar o governo do Estado de fraude em licitação para obras na capital.
A notificação é assinada pela procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, e foi enviada por e-mail ao prefeito nesta terça-feira (17). O prazo para que Pazolini preste esclarecimentos e entregue fatos concretos de sua acusação é de cinco dias úteis.
A medida atende a um pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-ES), que acionou o MPES ainda no último sábado (14), após o prefeito alegar ter participado de uma reunião no Palácio Anchieta, ainda em 2021.
No encontro, relatou, teria sido informado das intenções do Executivo estadual de investir na cidade, mas com a condição de que uma determinada empresa fosse a vencedora da licitação.
“Eu vou repetir o que foi dito: ‘prefeito, vamos levar [investimento], mas tem que ser com fulano de tal para fazer a obra’, e eu bati na mesa e saí dessa reunião”, disse o prefeito de Vitória em discurso durante a entrega de uma nova unidade escolar no bairro Jardim Camburi, ainda na manhã de sábado (14). A fala foi gravada e compartilhada por seus aliados.
https://movnews.com.br/politica/2022/05/pazolini-ataca-casagrande-e-aponta-fraude-em-licitacao-pge-es-aciona-ministerio-publico/
No mesmo dia, à tarde, a assessoria do governador Renato Casagrande (PSB) enviou nota anunciando que iria representar contra o republicano no MPES, para que ele informasse “imediatamente” a quem se referia no discurso e comprovasse as acusação, “sob pena de ser processado criminalmente por ofensa à honra provocada por imputações inverídicas”.
Na última segunda (16), Pazolini foi à sede da Polícia Federal (PF) no Estado e se reuniu com o superintendente Eugênio Ricas. Em nota, a corporação confirmou o encontro, onde foram “tratados temas afetos à Força Tarefa de Segurança Pública”, e comunicou que o prefeito entregou documentos contendo informações sobre a possível prática de crimes.
“[Os documentos] foram encaminhados à Corregedoria e carecem de checagem aprofundada, motivo pelo qual não serão objeto de comentários”, dizia o comunicado.
Ainda na segunda, a assessoria do MPES afirmou, também em nota, que o órgão recebeu da PGE-ES o pedido de investigação das denúncias de Pazolini.