Gasolina ou álcool? Álcool ou gasolina? Será que vale a pena? Estas são perguntas que milhões de brasileiros se fazem toda vez que acontece um reajuste expressivo nos preços dos combustíveis. No dia 10 de março não foi diferente, quando o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.Como era esperado, a guerra na Ucrânia e a consequente disparada do preço no barril do petróleo são as principais causas desse aumento. A Petrobras justificou a alta em comunicado, explicando que os valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia.
Mas é possível gastar menos optando-se pelo álcool como o combustível do seu veículo? O preço dos dois produtos são bem diferentes nos postos de abastecimento, mas essa diferença tem uma explicação. De acordo com o professor do Departamento de Química e coordenador do LabPetro da Universidade Federal do Espírito Santo, Eustaquio de Castro, tudo vai depender de veículo para veículo
“É uma conta simples. Na média, se o preço do álcool estiver até 70% do preço da gasolina, vale a pena abastecer o carro com álcool. Se estiver acima desse percentual, não compensa. A perfomance do veículo com álcool, apesar do rendimento ser maior, o consumo é maior também. Quando é levado em consideração o consumo médio de álcool em relação à gasolina, é ai que a gente chega nessa conta dos 70%.”, explicou o professor.
Ele continua explicando que o motorista vai sim gastar menos dinheiro para encher o tanque com álcool, mas vai andar bem menos quilômetros também, e que por isso não compensa com o preço atual, além de ser uma ilusão achar que vai gastar menos.
“No Brasil, hoje, acredito que apenas em dois estados, no máximo, compensa abastecer com álcool. A vantagem do álcool, para quem tem consciência ecológica, é que ele é menos poluente que a gasolina, então se levarmos em consideração a consciência ambiental, o álcool é verde, no ciclo do carbono ele é muito mais favorável que a gasolina que é um derivado do petróleo”, ressaltou.
No Espírito Santo
Para o professor, atualmente aqui no Espírito Santo não está valendo a pena porque o preço do álcool está mais do que 70% do preço da gasolina. Além disso, existe toda uma questão comercial, porque o álcool não está atrelado ao barril de petróleo como a gasolina, e o valor também aumenta porque o produto é utilizado como aditivo da gasolina e por isso passa a ter pouco álcool disponível no mercado e o seu preço acaba subindo.
Foto, disse.
Eustáquio destacou que a primeira coisa que deve ser levada em consideração para uma economia é a qualidade da gasolina que está sendo colocada no veículo, porque não é porque o produto é barato que vai ser de boa qualidade. Ele frisou que às vezes a pessoa economiza no preço da gasolina e coloca um produto ruim, o que vai fazer com o que o carro gaste muito mais e no final das contas vai ter é prejuízo.
Em segundo lugar, o professor explicou que é de extrema importância manter o carro sempre regulado, mantendo as velas em dia, o circuito de injeção limpo e também a calibragem dos pneus, que também implica em uma redução do gasto de combustível se for mantida de forma correta.
“Você vai sentir no final do mês, se você for uma pessoa que consome muita gasolina, mantendo essas condições vai sentir a diferença. São medidas relativamente simples, que exigem do proprietário do veículo apenas atenção às condições do veículo, nada mais que sua manutenção, e a verificação da qualidade da gasolina”, ressaltou Eustáquio.