Estresse, falta de sono e tristeza profunda. Essas são algumas características da ansiedade e da depressão, doenças que crescem em todo o mundo. De acordo com um estudo recente realizado pela Universidade Federal de Pelotas, o número de pessoas diagnosticadas com depressão no Brasil subiu de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022.
Os casos estão tão comuns que quem nunca passou por situação igual ou semelhante, com certeza conhece alguém que já tenha sofrido com alguns desses transtornos emocionais.
Uma dessas pessoas é o Daniel Rocha, 55 anos. Ano passado ele viveu uma depressão profunda e, além do tratamento medicamentoso, recebeu a orientação médica para a realização de atividades físicas como tratamento complementar/auxiliar no processo de recuperação.
“Foi uma luta e cheguei ao ponto de perder a esperança de viver. Passei por três psiquiatras e somente no terceiro conseguimos ajustar uma medicação eficaz para meu tratamento. Nesse momento também houve uma orientação para que eu realizasse alguma atividade física. Foi quando busquei a academia para ver no que ia dar. Percebi que uma coisa complementa a outra: uso de medicamento, terapia, alimentação e, o fundamental para a minha cura foi iniciar a prática de atividades físicas. Na academia conheci pessoas que me incentivavam, me estimulavam e isso destravou o meu emocional”, conta ele, que continuou.
“Também comecei a perceber mudanças no meu físico e isso me estimulou ainda mais. Minha disposição , força física e emocional voltaram e reconquistei a minha autoconfiança. Isso mudou minha vida para melhor” contou.
Vitória
Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2021, apontam que somente em Vitória, 10,9% da população acima de 18 anos, foram diagnosticados com depressão.
De acordo com a educadora física Catiane Almeida, a prática de exercício físico é considerada uma das formas mais eficazes no tratamento da ansiedade, já que traz benefícios para o sistema circulatório, contribui para uma maior produção de endorfina e melhora os níveis de serotonina e noradrenalina, substâncias envolvidas na ansiedade.
“A atividade física faz com que o indivíduo libere uma série de neurotransmissores que ajudam regular os sintomas da depressão e da ansiedade. A prática regular de exercícios faz com que ele conviva com mais pessoas, melhorando, assim, o convívio social. Também traz melhorias na autoestima. Não importa qual seja o exercício, o importante é que haja regularidade na prática”, disse.
Catiane ressalta ainda que praticar exercícios regularmente promove a produção de serotonina, que é capaz de causar bem-estar emocional e físico.
“Além de promover a redução de cortisol, que vem quando os níveis de estresse estão altos. Assim os exercícios regulam de forma orgânica seu corpo, além de beneficiar na prevenção de diversas doenças físicas que provem justamente de causas emocionais”, ressaltou.