A Netflix divulgou nesta quarta-feira (07) o trailer de sua mais nova série de animação brasileira: “Acorda, Carlo!”. Dos mesmos criadores de “Irmão do Jorel”, a produção chega em julho no streaming explorando um humor inocente e assertivo. A história acompanha um menino de 7 anos, de pijama, que adora diversão sem motivo e biscoitos goiabitos.
O NerdBunker teve a oportunidade de conversar com Juliano Enrico (autor/criador), Zé Brandão (produtor) e Melissa Garcia (diretora de voz/atriz) para saber um pouco sobre os bastidores da 1ª série animada brasileira da Netflix.
Acorda, Carlo! é protagonizado por um menino que só quer aproveitar a vida das maneiras mais criativas possíveis. Porém, as coisas ficam malucas quando ele adormece por 22 anos e, posteriormente, desperta em um mundo mudado, no qual seu melhor amigo virou um adulto sério que não brinca mais.
Apresentando-se como uma sátira pura ao mundo real, Acorda, Carlo! é uma história que foi moldada lentamente. Enrico foi acumulando fragmentos do que viraram as aventuras de Carlo durante mais de uma década, junto de Frederico Nicolai Teixeira, irmão do criador e supervisor criativo do projeto – além de outros parceiros que foram chegando posteriormente.
“[Juliano Enrico:] Existem muitas ideias que a gente vai guardando, olhando de tempos em tempos, acrescentando uma coisa ou outra – evoluindo até chegar no ponto em que você sente que está na hora de mostrar pra alguém. […] Desde 2007, mais ou menos, eu comecei a criar. O próprio Carlo foi mudando bastante. […] Existem muitos personagens, e situações, e lugares que eu fui guardando na memória até chegar no ponto de mostrar e transformar em projeto.”
A produção brilha ao colocar o humor típico do brasileiro tanto nas grandes questões da sociedade contemporânea, como a importância dos vídeos curtos e curtidas, quanto nos pequenos detalhes de cada um dos personagens – que representam familiares, amigos e até criações de sonhos.
“[Juliano Enrico:] É impossível não ser contaminado pelo tempo que a gente vive. A comédia depende disso e boas histórias precisam contar com experiências pessoais e personagens que você já viu em algum lugar.[…] Imprimir um pouco do cotidiano…é uma comédia inevitável e trágica da vida moderna.[…] A realidade é fantástica o suficiente pra ser tratada como uma fantasia completa.
[Melissa Garcia:] Eu acho muito legal ver situações que a gente pode viver na rua, no Brasil, se transformando em um desenho animado.”
“Brincar é revolucionário”
Além de designs criativos, os personagens também contam com um time de criação de voz (o que é diferente de dublagem) talentoso, que deixa cada personalidade ainda mais marcante. Seja no monstro Alberto contando samambaias ou no Manual do Monstro Mirim, com seu sotaque português, a diversidade marca todas as falas de Acorda, Carlo!, segundo Garcia e Enrico.
“[Melissa Garcia:] A explicação pra diversidade é a diversidade mesmo. De termos a possibilidade de ouvir formas diferentes de se falar português.
[Juliano Enrico:] Eu adoro a ideia de que o Carlo conta com personalidades, e vozes, e sotaques diferentes. Desde o começo, nós queríamos muitos trazer pessoas de vários lugares do Brasil, até de fora. Essas interações todas foram bem mágicas.”
E, nessa doideira toda, o espectador pode se encantar enquanto Carlo revoluciona a rotina de pessoas que esqueceram memórias queridas, estabelecendo-se na zona de conforto da vida adulta.
“[Zé Brandão:] Uma coisa que eu gostei em Carlo é isso: como o menino vira esse agente do caos, disruptivo, esse revolucionário, apenas com o carisma e a vontade dele de brincar. Eu gosto muito como Carlo, de certa forma, mostra que brincar é revolucionário.”
Acorda, Carlo! estreia na Netflix em 6 de julho, ficando disponível em 79 países. Além das vozes originais em português brasileiro, a animação terá, inicialmente, dublagem em espanhol e inglês.
*Com informações do jovemnerd.com.br