domingo, 22 de dezembro de 2024

Território Yanomami: FAB prorroga até 6 de maio saída voluntária de garimpeiros

A Força Aérea Brasileira (FAB) prorrogou até 6 de maio a abertura parcial do espaço aéreo para a saída voluntária de garimpeiros ilegais do Território Yanomami, em Roraima.

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O novo prazo foi informado na segunda-feira,13, pelo Comando Operacional Conjunto Amazônia.

“Os três corredores humanitários de voo foram abertos no último dia 6 de fevereiro, com o intuito de possibilitar a saída coordenada e espontânea das pessoas não indígenas das áreas de garimpo ilegal por meio aéreo”, diz nota do comando.

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Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) detectaram um fluxo de embarcações de garimpeiros com combustível e mantimentos entrando no Território Yanomami, um indicativo da continuidade da atividade de exploração de ouro e cassiterita apesar das ações para seu desmonte.

Além disso, agentes do órgão constataram a disposição de grupos invasores armados à resistência e ao enfrentamento a forças policiais que operam para a destruição de aeronaves e maquinários, além da retirada dos invasores.

Os indígenas encolheram suas áreas de plantações, não têm água potável para beber e nem para tomar banho. Não conseguem pescar por causa da contaminação de metais, como mercúrio, na água e a caça foi afugentada pela invasão de garimpeiros.

O governo Lula (PT) declarou no dia 20 de janeiro emergência em saúde pública, com ações de assistência humanitária no território Yanomami.

Depois, deu início à Operação Libertação, para retirada dos invasores do território indígena, com participação de agentes do Ibama, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública e Forças Armadas.

A operação deve ter duração entre seis meses e um ano.

Comissões de investigação sobre terra Yanomami 

O crescimento e a consolidação do garimpo ilegal no território Yanomami, permitidos e estimulados pelo governo Jair Bolsonaro (PL), provocaram uma crise humanitária e de saúde entre os indígenas, com explosão dos casos de malária, desnutrição grave e infecções respiratórias.

Neste ano, senadores e deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro entraram com pedidos de criação de comissões externas, para tentar legalizar a atividade garimpeira.

A defesa das atividades de garimpo ilegal por parlamentares de Roraima acendeu o alerta no Senado e no Congresso.

O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), propôs que a comissão externa de investigação fosse formada também por parlamentares de outros estados.

Já o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), alegou que “podem surgir outras demandas de inclusão de outros colegas parlamentares para acompanhar o drama que vivem no território yanomami e o drama, em última análise, que vivem os irmãos amazônidas roraimenses”.

Leia também: Ministério da Saúde distribui 6 mil testes de malária no território Yanomami

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