Os casos de esporotricose, uma micose transmitida por gatos que causa lesões na pele, têm crescido em vários estados do Brasil. O Espírito Santo é um deles. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 2023 já tem mais casos confirmados do que o ano inteiro de 2022.
Segundo a Sesa, em 2022, foram realizadas 945 notificações de esporotricose em pessoas no Espírito Santo, com 503 casos confirmados. Neste ano, já foram 1.053 notificações com 578 casos confirmados.
O Estado, inclusive, está entre os dez membros da federação que, segundo o Ministério da Saúde (MS), incluíram a esporotricose humana em suas listas de notificação compulsória de doenças, ou seja, determinam a comunicação obrigatória de casos. São eles: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro e Rondônia.
O que é a doença e como tratá-la
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, encontrado no solo e em matéria orgânica em decomposição e pode afetar gatos, cachorros e humanos.
Os felinos contaminados transmitem a doença por meio de arranhões, mordidas e secreções, resultando em uma infecção subcutânea. Pessoas e cães não transmitem a infecção.
Em pessoas, os sintomas incluem nódulos avermelhados na pele, principalmente nas mãos, braços, pés, pernas e rosto. Nos gatos, os sinais se manifestam como feridas na região do rosto e das patas, podendo se espalhar para o restante do corpo.
Em ambos os casos, a doença tem cura. O tratamento em animais deve ser orientado por um médico-veterinário. Segundo o Ministério da Saúde, o animal melhora aos poucos depois de iniciar o remédio adequado, mas o tratamento deve seguir até pelo menos dois meses após as feridas desaparecerem e os pelos voltarem a crescer. Os animais são considerados curados após esse prazo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico. O Sistema Único de Saúde (SUS), informa o MS, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, oferece gratuitamente o itraconazol e o complexo lipídico de anfotericina B para o tratamento da esporotricose humana.
Ainda de acordo com o ministério, animais com sinais da doença não devem ser abandonados, maltratados ou sacrificados. Eles devem ser levados para a avaliação de um médico-veterinário e início do tratamento. Toda manipulação de bichos doentes pelos seus donos e veterinários, lembra o órgão, deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI).