Levar aos treinos, acompanhar nos campeonatos e se preocupar quando os filhos enfrentam alguma dificuldade. O importante é estar presente. O incentivo e o envolvimento da família tem importante papel na vida esportiva de crianças e adolescentes.
A força dos familiares está ligada ao aumento de confiança dos atletas e até mesmo à permanência na prática esportiva. Mas não é difícil estar diante de cenas de pais torcendo muitas vezes de maneira exagerada. A vontade de querer o melhor para os filhos pode se tornar uma pressão. Um apoio que deve ter seus limites na trajetória esportiva dos filhos.
Conversamos com alguns atletas que sempre tiveram a importante participação dos pais na carreira.
Vela
A velejadora Juliétty Tesch, de 33 anos, é dona de vários títulos, com participações em campeonatos estaduais, nacionais e internacionais. De família humilde, encontrou no pai o maior suporte para não desistir.

Ela conta que desde o início da carreira, há 21 anos, o pai sempre abriu mão de realizações pessoais para ajudá-la, pagando as inscrições, gastos com viagens. Sem dinheiro para bancar as despesas, Wilney Ramos Tesch nunca teve problemas em sair vendendo rifas.
O pai muitas vezes usou o próprio carro para levar a filha nas competições, sendo até o treinador dela. Juliéty hoje conta com o apoio da Sesport e da prefeitura de Vitória.
Quando se refere ao pai, Juliéty Tesch é só elogios. Sem ele, disse a velejadora, as suas realizações no esporte jamais aconteceriam: “O meu pai é o meu fã número 1. É aquele torcedor que ao mesmo tempo assume o papel de orientador. Um amigo e exige, acima de tudo, profissionalismo”, destacou a atleta.
Em junho deste ano Juliéty competiu na segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Vela, em Búzios, Rio de Janeiro, e estava acompanhada do pai e do noivo.
Basquete
Pietra Pagioli Casotti, de 14 anos, começou a jogar basquete há 7 anos em Vila Velha, na Escola São Camilo. Depois foi para o Álvares Cabral (a única menina treinando). Há 2 anos Pietra mora em São Paulo e defende o Bradesco.

A jogadora recebeu de dentro da própria casa o maior incentivo. O pai, Junior Casoti, é um dos mais empolgados e acompanha a filha sempre que pode. Muitas vezes até viaja para assistir a filha de perto. Quando não é possível, em virtude dos compromissos, a única maneira é se ligar na internet. Junior reforça que enquanto a filha jogava aqui no estado não perdia um jogo.
O pai têm motivos de sobra para se orgulhar. Pietra conquistou no basquete o título de campeã paulista, campeã brasileira escolar, campeã brasileira de clubes, terceiro lugar no Brasileiro da Etapa Sul/Sudeste, além de outros pódios. Prêmios individuais: revelação do Campeonato Brasileiro de Seleções e melhor jogadora da categoria Sub-13, em São Paulo.
Por telefone Pietra foi bem objetiva quando perguntei o que ela acha da participação do pai na carreira dela. Ela respondeu: “é muito bom ter alguém do meu lado que me ajude a realizar meus sonhos e alcançar meus objetivos”.
Junior Cassotti admite ser pai “babão”, afrmando também que a filha se dedica ao esporte por amor. E exige responsabilidade e postura. Na área esportiva deixa por conta dos treinadores e treinadoras.
Futebol
João Henrique, conhecido como Batata, é de São José dos Calçados (ES) e é jogador de futebol. Com 12 anos, em 2017, ele participou pelo então time R9 Academy, de Vitória, do torneio na cidade de Goiás (GO).

O atacante se destacou e despertou a atenção de dois grandes clubes brasileiros: Palmeiras e Botafogo. Foi então que entrou em cena a família para juntos decidir para onde Batata iria. O destino do jovem atacante foi o Rio de Janeiro.
O pai de Batata, João Zampier, disse que apostou no sonho do filho e abraçou a oportunidade que várias crianças e adolescentes gostariam de ter. João mudou de estado e foi morar com o filho no Rio desde 2017.
Batata, que assinou o primeiro contrato com o Botafogo, não têm dúvidas em dizer que o pai é o seu maior incentivador, dando conselhos para a profissão de jogador e para a vida pessoal.
Estes são exemplos de pais que estiveram ao lado dos filhos não só nas vitórias, respeitando as suas vontades, sem exagerar nas cobranças. Não projetando nos filhos os seus próprios desejos. Os filhos citados na reportagem falaram que sem o incentivo dos pais, a caminhada seria muito difícil.
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