É uma realidade comprovada por pesquisas: as mulheres estudam mais do que os homens. Isso reflete não apenas o entendimento sobre a importância da formação acadêmica, mas também a forma como, em uma sociedade patriarcal e machista, somos constantemente desafiadas a provar nossa competência e capacidade. Somos induzidas, quase forçadas, a nos dedicar mais, estudar mais e trabalhar mais para ocuparmos posições de destaque em empresas, instituições, governos e outras áreas.
Esse esforço faz com que nos destaquemos em diversas áreas, e o caminho percorrido nos mostra que vale a pena. Não posso deixar de lembrar das incríveis mulheres que transformaram nossa realidade, como Luiza Helena Trajano, que liderou o Magazine Luiza com uma visão empreendedora exemplar até sua perda recente. Durante a pandemia, ela ajudou pequenos e médios empresários (e empresárias!) a manter seus negócios vivos graças ao e-commerce da empresa.
No campo da ciência e da saúde, tivemos heroínas que brilharam em meio à escuridão da pandemia de COVID-19. Margareth Dalcolmo, médica e pesquisadora da Fiocruz, tornou-se uma referência nacional. No Espírito Santo, Etel Maciel, da Ufes, foi outra figura essencial neste enfrentamento, resistindo à desinformação com solidez científica e clareza.
E há as novas gerações de meninas cientistas, como Erica Coelho e Elisângela Pimentel, que se destacaram na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) em 2024. Elas foram premiadas por uma pesquisa pioneira sobre a presença de microplásticos em bebidas industrializadas no Brasil, um tema urgente. Outras jovens, como Lara Guimarães Pereira e Dandara Cabral, também têm mostrado que o futuro da ciência está em boas mãos.
Essas mulheres e meninas nos mostram que, apesar das dificuldades impostas pela sociedade, estamos no caminho certo. Estudar, pesquisar e dedicar-se à ciência exige esforço, mas os resultados são transformadores, tanto individual quanto coletivamente.
No dia 09 de fevereiro tive a oportunidade de celebrar o lançamento de um livro sobre o Centro de Vitória, fruto da pesquisa de Camila Benezatti. Ver uma mulher transformar sua paixão por pesquisa em um marco cultural foi emocionante. É esse senso de celebração, de “sororidade científica”, que nos mantém motivadas a seguir em frente.
Em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (comemorado no dia 11 de fevereiro) fica o convite: continuemos a nos inspirar, apoiar e celebrar umas às outras. Porque, sim, nós somos incríveis. E que o mundo não se esqueça disso.