Ballet: Passos do Amanhã

Sabe quando você vê alguém dançando Ballet e pensa:
“Como essa pessoa consegue ficar na ponta do pé, girar três vezes e ainda sorrir como
se fosse fácil?”
Pois é, o segredo do Ballet é parecer leve… mesmo quando tudo dói! Então, imagine o
Ballet… Hum… Voce deve ter pensado em tutus, collant, sapatilhas e gente que parece
flutuar? Ou até aquela caixinha de música que tinha uma bailarina girando? (desculpa,
sou mais velho que pareço) Pois é, muita gente ainda acha que o Ballet é coisa de elite,
(pode até ainda ser, mas, está mudando) isso tudo faz parte de uma velha imagem do
Ballet, com direito a postura ereta e sobrenomes franceses… Isso está mudando. E,
convenhamos, já era hora de essa dança dar uns passinhos fora da caixa (ou melhor,
fora do palco).
Hoje, o Ballet se reinventa como uma das formas mais elegantes de transformação
social. No Brasil existem vários Projetos sociais de dança como o Ballet Paraisópolis,
a Escola de Dança de Aninha, na Bahia, e o Projeto Dançar é Viver, em Minas, já
mostraram que o Ballet é, sim, popular. É resistência com sapatilha, arte com propósito
e um grande exercício de disciplina. Afinal, poucos esportes (ou coisas da vida) fazem
alguém sorrir enquanto tenta equilibrar o corpo inteiro em um dedão só. (parece mágica,
mas, eles conseguem).
Eu não tenho muito a dizer, pois não sou especialista no Ballet, muito menos em dançar,
sou terrível nessa arte…, mas, em minhas pesquisas e breves experiencias, consigo ver
como essa arte pode transformar!
Tenho contato com muitas pessoas que praticam dessa arte, vejo diariamente a luta
delas para conseguir praticar. Entre estereótipos e preconceitos, vemos uma arte bela,
mas ao mesmo tempo, dura. Uma amiga conversou comigo e eu percebi… antes tinha
que ter o peso certo, a altura certa, tudo era proibido… agora vemos uma transformação
dessas questões. No início do ano, tive a oportunidade de fazer uma aula experimental,
e pude perceber um pouco de como um movimento pode ser mais difícil do que parece,
e, o quanto a seriedade e o comprometimento devem ser aplicados a cada momento!
Mas, no geral, o artigo de hoje não é sobre mim, e, sim sobre a leveza de cada passo,
e, como se transforma em um futuro.
Para um leigo como eu, vou tentar explicar o Ballet e também essa matéria em algumas
frases, vamos lá?
• O Ballet é força disfarçada de delicadeza. É controle que parece liberdade. É
disciplina que se transforma em poesia.
• Ballet é igual à vida: a gente finge leveza, mas o pé tá doendo.
• Caí? Sim. Mas com postura!
• Se a vida tá dura, faz um plié e recomeça!
• Falar de amor é fácil… quero ver manter o en dehors por mais de 1 minuto.

Entre as histórias inspiradoras do país, como as citadas acima (acima das frases, acima
dos meus pensamentos – eu divago muito), vou falar hoje sobre uma nova iniciativa
aqui no nosso Espírito Santo: o projeto “Passos do Amanhã”, promovido pela
Studio18 Escola de Dança, em Vila Velha. O nome já entrega a ideia — é sobre o
futuro, mas com a ponta do pé no presente (desculpa a repetição do trocadilho).
Realizado por meio do edital Funcultura, dentro da Política Aldir Blanc de Incentivo à
Cultura, o projeto oferece vagas gratuitas para crianças, jovens e adultos da Grande
Vitória que, em outras circunstâncias, talvez nunca pudessem pagar por uma aula de
Ballet (que pelas minhas fontes, não é barato). As aulas começaram em setembro de
2025 e acontecem aos sábados pela manhã, com direito a professores capacitados,
acolhimento e, claro, muita barra e espelhos. A espera é que no fim do curso, os alunos
subam ao palco numa celebração pública, que para alguns alunos, será o primeiro
contato com um teatro de verdade. E alguns participantes podem concorrer a bolsas
permanentes no Studio, criando um passo real de formação artística.

Quem teve a ideia foi a bailarina e professora Beatriz Lemgruber, diretora da Studio18.
Um projeto nasceu de um desejo antigo de abrir as portas da dança clássica pra quem
nunca pôde pagar por uma aula. Ao lado de João Vítor Gambarini, que cuida da
comunicação e da gestão do projeto, Beatriz transformou sonho em realidade. E o
resultado foi imediato: mais de 300 inscrições em poucos dias!
Agora, aos sábados, o espaço da Studio18 se enche de gente: a comunidade acolheu
o projeto com entusiasmo. Escolas, igrejas e centros comunitários da região ajudaram
na divulgação e mobilização. A cada sábado, o espaço da Studio18 se enche de famílias
acompanhando as aulas com orgulho e alegria. E o melhor: ninguém precisa saber
francês para participar. (Acredito que os professores devem explicar que ‘plié’ é agachar
com elegância e paciência – brincadeira)

Tudo é mais do que ensinar dança, o Passos do Amanhã busca promover inclusão,
equidade e transformação social, reafirmando o direito de todos ao acesso à cultura e
ao desenvolvimento artístico. O que eu quero dizer, é que no fim das contas, o Ballet é
social e é sobre pertencimento. É sobre entender que leveza não vem de nascença, se
aprende, se pratica, e, principalmente, se compartilha. E, convenhamos, que se o Ballet
consegue transformar uma sala comum em um espaço de esperança, talvez ele
também ensine um pouco sobre como a vida funciona: equilíbrio, respiração,
persistência… e a elegância de continuar dançando mesmo quando o chão é duro.
Afinal, se a arte é o que move o mundo, o Ballet está aí pra lembrar que dá pra fazer
isso com leveza de ponta a ponta.

Serviço:
Studio18 Escola de Dança
Rua 18, n45 – Santa Mônica – Vila Velha/ES | @studio18escoladedanca